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Maria do Carmo

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A família e sua importante influência na educação escolar

26/02/2015 às 17h43

De que forma os pais poderão colaborar na educação escolar dos filhos? Esta indagação deveria ser feita por todos os pais de crianças e adolescentes na idade escolar.  Assim como a família exerce papel importante na transmissão aos seus descendentes: o nome, a cultura, a moral, a religião, a ética isto é, a base da formação familiar, contudo, boa parte da educação escolar poderá surtir bons resultados se existir a participação e presença da família subsidiando assim o bom desenho na escola. 

Os educadores avaliam no comportamento do alunado dois pontos enfáticos que vêm prejudicando o desenvolvimento da aprendizagem: a indisciplina na sala de aula e o desinteresse para aprender o que é ministrado nas aulas. Observa-se que em grande parte esta realidade é bastante acentuada naqueles alunos e alunas oriundos de famílias cujos pais ainda não despertaram para a orientação e motivação dos filhos no comprometimento com ato de estudar. Na realidade, há muitos deles entendem a escola como local apenas de colocarem os filhos por algumas horas e ficarem aliviados das preocupações com os mesmos.

Com relação à indisciplina, em alguns casos, pode ser os reflexos de uma relação familiar complicada influindo negativamente no comportamento da criança e do adolescente prejudicando a aprendizagem. É nítido constatar que, alunos com carência afetiva uma vez sentindo-se rejeitados e mal-amados pelos pais apresentam uma grande dose de rebeldia  na sala de aula, nada é atrativo para ele ou ela, buscam a agressividade para desabafarem as angústias. A falta de atenção dos pais para com filhos, a ausência dos diálogos abertos, apenas ordens e determinações podem também colaborar para a revolta manifestada no espaço escolar.  O trabalho diário, o cansaço as separações mal resolvidas são grandes aliados da indiferença e distância entre pais e filhos. Mesmo entre estas conturbações, é necessário os pais reconhecerem  que as horas utilizadas para dar atenção aos aos filhos orientando-os, trocando ideias, vendo as tarefas escolares elogiá-las e dar sugestões constituem tempo precioso na formação de um adulto equilibrado, do contrário,  pode acontecer acentuados  desvios de conduta e desconstrução da personalidade.

A falta de imposição dos limites confundidos muitas vezes com afetividade (uma  coisa é bem diferente da outra), está sendo outro problema nas famílias. Boa parte dos pais e mães não ensina aos filhos o respeito às regras, aos regulamentos de casa, não há determinações nas vontades dos filhos, os mesmos fazem o que querem, exigem o que não devem e são realizadas todas as vontades eles precisam entender que nem tudo deve ser permitido em determinada fase da vida. Ensinar os limites para criança ou adolescente não é bater neles isto pode comprometer a situação emocional e causar traumas para a vida adulta. Nas orientações, é necessário que as “palavras” tenham sentido e profundidade naquilo que se está querendo dizer, ou seja, a consistência das palavras numa determinada expressão pode resultar no  desperta para o escutar, o entender e o respeitar aos discursos expressos pelos pais, popularmente falando: “não passar por cima do que os mesmos dizem”.

No caso do não cumprimento daquilo que foi determinado, aplica-se as penalidades que não são bofetadas nem empurrões, mas certas regras, digamos, “jejuns” acompanhados de esclarecimentos porque está sendo punido, também não relaxar a pena senão perde o respeito do filho e na segunda vez não conseguirá corrigir o que o mesmo fez de errado, há casos que um bom diálogo com tons de afetividade pode ser um bom caminho para contornar a disciplina. Os pais também precisam dar o bom exemplo com discursos e atitudes corretas, afinal são espelhos os quais os filhos refletem. Se a primeira escola é o lar, quem são os primeiros a orientar antes dos professores, são os pais.

Quando tem omissão, os reflexos negativos tornam-se evidentes na escola e é comum se ver educadores(as) angustiados(as) tornando-se vítimas de alunos mal disciplinados, produto de uma estrutura familiar descomprometida com o progresso educacional dos que buscam a escola sem muitos objetivos.

Não é nada agradável aos pais saberem a notícia de que seu filho ou filha não está tendo um bom desempenho escolar, não obstante esta realidade é frequênte nas escolas, o pior é que neste contexto um grande número de pais e mães  não aparecem na escola durante o ano todo e se surpreendem no final do ano com a reprovação, criam situações agressivas entre eles e os professores, mas a escola convida para as reuniões bimestrais e o comparecimento é reduzido. Senhores pais o que pensam? Por outro lado, é visível o salto na aprendizagem dos alunos  cujos pais e mães  acompanham e formam parcerias  com  os educadores no sentido de estimularem os filhos para o gosto de estudar, neste contexto na maioria das vezes estão aqueles alunos que não apresentam fracasso escolar nem indisciplina. Parabéns para estes pais e mães! 

É muito importante quando os pais estabelecem conversação com os professores possibilitando aos mesmos familiarizar-se com o cotidiano do aluno, isto possibilita entendimento de realidades que o(a) próprio(a) professor(a) desconhece posto que não mora na residência do deste aluno; a  partir do momento em  que o(a) professor(a) torna-se ciente do problema adquire-se  formas viáveis de se entender e contornar complicadas situações. A porta de entrada para sanar tais o problema é o intercâmbio entre pais e educadores, a escola está aberta para alunos e pais de alunos, ir à mesma somente no dia de fazer a matrícula e no final do ano para saber o resultado da prova final, é descaso, é descompromisso.

A receita pronta para amenizar a falta de interesse dos alunos na escola precisa partir de casa. Quando os pais acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos o aprendizado é por demais enriquecedor. Em casa, os pais precisam procurar se inteirar das atividades extraclasses, determinar o horário para os estudos das tarefas de casa, pois é sabido de que através destas atividades aprofunda-se mais os conhecimentos sobre o que se está estudando. O que se observa, em parte, nos alunos da escola pública não há esta consciência e isto tem colaborado para o baixo nível de aprendizagem dos mesmos. Está faltando orientação familiar para mudar este quadro. A escola sozinha fica impotente e os professores e professoras não obram milagres até porque “não são santos são educadores”. 

Se não houver uma mudança de consciência partindo dos pais frente à problemática apresentada quem passará a ser o principal agente estimulador do fracasso escolar são os próprios pais: não sabem eles que estão colaborando para o surgimento de futuros delinquêntes e desconstrução da educação dos(as) próprios(as) filhos(as). Esta realidade deve ser urgentemente transformada e os principais inovadores são os pais e mães de alunos na idade escolar. Salienta-se que outras questões implicam também no processo de ensino aprendizagem, embora este abordado é um dos mais polêmico na realidade  das escolas brasileiras.

Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 25 de fevereiro de 2015

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

Maria do Carmo

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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