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Nadja Claudino

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As mil e uma noites de Rachel Sheherazade

06/02/2014 às 02h22

O Brasil é o país do jeitinho, do carnaval, do futebol e da hipocrisia. O mesmo Brasil que passa o ano inteiro esperando os festejos de momo alçou a condição de musa, uma paraibana com nome espalhafatoso que ficou conhecida ao falar mal do carnaval em um vídeo na TV Tambaú. Todos vocês já sabem de quem estou falando, da famosa Rachel Sheherazade, que ao ter seu vídeo comentado e compartilhado nas redes sociais ficou tão conhecida que até mesmo Silvio Santos, achando que o seu SBT não era suficientemente ruim, mandou trazer da Paraíba a moça bonita, de voz grave e olhar penetrante para ocupar a bancada do mais importante telejornal de sua emissora. Nisso aconteceu o desastre. 

O desastre é que ela (a Sheherazade) acreditou que para manter seu posto e para continuar sendo musa inspiradora de uma parte da população brasileira precisaria vomitar nos nossos lares os preconceitos, a intolerância, a violência e recentemente até a incitação ao crime. 

Vamos aos fatos: Rapaz negro acorrentado a um poste em plena Zona Sul do Rio de Janeiro. Foi amarrado ao poste depois de ser espancado por um grupo de “justiceiros”, pessoas muitas vezes pagas por comerciantes da área para espancar e até mesmo matar suspeitos de crimes. Forma bárbara de se aplicar a justiça no nosso país “civilizado”. Em São Paulo, na bancada do telejornal do SBT,o rapaz é espancado e humilhado novamente, por um comentário no mínimo inapropriado. Agora a “jornalistona” analisa o caso. No seu comentário de pouco mais de um minuto ela diz que o “marginalzinho” amarrado nu e espancado merece esse tipo de tratamento mesmo, que o Estado não protege o cidadão e que por isso é válido amarrar bandidos e fazer justiça com as próprias mãos. No final do comentário ela não cansada de conversar tanta besteira conclamou os defensores dos direitos humanos a adotarem um bandido. Depois, comum olhar canastrão (no melhor estilo novela mexicana importada pelo SBT)se vira para a câmera e mais uma vez pousa como dona da verdade.

Coitado do Brasil, pobre televisão, pobre Sheherazade. Enquanto a outra Sheherazade, a das mil e uma noites, contava histórias fantásticas para o marido rei, na tentativa de escapar da morte, essa Sheherazade dá sua opinião na tentativa de proteger sua própria pele e continuar sendo porta voz de uma pequena burguesia burra e preconceituosa. A cada dia seu olhar se torna mais transtornado e seus comentários mais fascistas. Se procurava a fama agora encontrou da pior forma, o Sindicatos dos Jornalistas do Rio de Janeiro pede sua cabeça, nas redes sociais proliferam palavras de repúdio contra a mesma.  Parece que dessa vez ele não escapa, amarrada no poste da mediocridade por milhões de brasileiros.

Nadja Claudino

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Contato: [email protected]

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