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Jackson Queiroga

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Atirando com a “pólvora alheia”

28/01/2014 às 17h02

Ataques de altruísmo não são incomuns por parte de líderes de nações pelo mundo, nem ontem nem hoje. Inspirados por motivos publicitários, humanitários ou meramente políticos, alguns presidentes fazem investimentos em outros países, sobretudo naqueles mais pobres, ou aqueles que passam por catástrofes ambientais, uma justa ajuda aos mais necessitados que soe bem para o resto do mundo, faz o doador “subir no conceito” de muitas outras nações, fortalecendo uma imagem ou até ajudando a construir um líder transcendente à seu próprio Estado.

Nada contra as doações em momentos difíceis, a ajudas humanitárias internacionais, a benevolência e parceria devem ser cultivadas afinal, qualquer um pode vir a precisar algum dia, nunca se sabe. A questão que levanto aqui é a situação brasileira, é o nosso Brasil que, às vezes, tem crises de identidade e se acha superpotência de primeiro mundo. Não se trata de baixa autoestima, se trata de baixa conta bancária. Bem recentemente a nossa presidenta Dilma Roussef, creio eu, achando que os portos do Brasil são excelentes, referências em modernidade e conservação, resolveu investir mais de 1 bilhão de reais em um moderníssimo porto em Cuba, o Porto de Mariel, a 45km da capital Havana. Dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ou seja, nosso dinheiro, dos nossos impostos. E rapidamente, em prazo “padrão FIFA”, nesse dia 27 de janeiro já inaugurou sua primeira etapa, será o terceiro maior porto do Caribe, sendo o mais moderno em operação da região, bem mais moderno do que qualquer porto brasileiro.

Ao investir tanto em Cuba, Dilma esquece da situação precária dos nossos portos, onde sequer serviços básicos são realizados por um maremoto de problemas. É amargo mais deve ser dito que o sistema portuário brasileiro está entre os piores do mundo, de modo que num ranking com 144 países feito pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 135ª posição no item qualidade dos portos. Nossos portos são mais caros e mais ineficientes do que os de países desenvolvidos e emergentes. Para termos uma noção, operar no porto de Suape, em Pernambuco, custa cinco vezes mais do que em Cartagena, na Colômbia. E mesmo diante de um quadro sombrio desses, a nossa presidenta prefere gastar mares de dinheiro em outros países.

Enfim, não entendo a atração e a admiração exacerbada que o PT, e por tabela Lula e Dilma tem por Cuba e seu regime ditatorial, é muito amor para pouco exemplo de democracia, respeito aos direitos humanos e austeridade que nos dão os irmãos Castro. Para Dilma fica confortável, pois fazer boa figura atirando com a pólvora alheia é fácil demais!  

Jackson Queiroga

Jackson Queiroga

Radialista, acadêmico do curso de Direito e apresentador da TV Diário do Sertão

Contato: [email protected]

Jackson Queiroga

Jackson Queiroga

Radialista, acadêmico do curso de Direito e apresentador da TV Diário do Sertão

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