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Maria do Carmo

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Copa Bilionária: A controvérsia da realidade brasileira

18/06/2014 às 17h56

A copa do mundo 2014 está acontecendo. Desta vez no Brasil. Pela segunda vez a política de rodízio implementada pela FIFA elege o Brasil, país anfitrião dos jogos da copa do mundo. O momento é de empolgação dos brasileiros. O sentimento de orgulho em saber que o seu país está sendo divulgado mundialmente  a realização de um evento esportivo de alto nível e ainda mais saber que o Brasil já conquistou o título de pentacampeão no futebol sendo metaforicamente considerado “o país do futebol”,   e para quem gosta do futebol faz o coração incendiar de emoção.

Entretanto há também uma grande efervescência na alma dos brasileiros em saber que para o acontecimento da “copa” no Brasil foi necessário uma despesa de R$ de 22,46 bilhões a fim de preparar o país para a realização de tal evento. Entre outros investimentos inclui-se as reformas dos estádios hoje chamados de “arenas” as quais foram reformadas com novas instalações e aparatos tecnológicos tornando os ambientes das mesmas super-luxuosos.

Certos fatos nos chama atenção, os altos investimentos financeiros encaminhados para este fim e a forma rápida como tudo foi preparado as licitações em “piscar de olhos”.

Como nós brasileiros não somos acostumados com fartos recursos e tanta agilidade, ficamos surpresos como tudo aconteceu. Não é de se estranhar, afinal sempre se escuta, “não há verbas para isto”, “não tem condições para aquilo”, “o Brasil é um país pobre” e assim, se ouve tantas frases de queixas sem se falar na demora para a construção de uma obra e reforma de outra.

O Brasil, país de uma dimensão territorial gigantesca, grande presença da pluralidade em todos os aspectos neste contexto consideramos também a pobreza, a miséria, a falta de assistência às pessoas, o descompromisso dos políticos e  dos governantes que muitas vezes tornam-se desumanos, incompetentes descontruindo um país que poderia ser tão bom não só no futebol, mas um país em que os brasileiros tivessem tratamento digno nesta pátria chamada Brasil.

Mesmo entre tanta alegria de torcer pela vitória do Brasil no mundial, uma pergunta nos inquieta. Por que se demora tanto para construir uma escola? E quando a mesma é construída funciona com instalações que deixam a desejar porque a obra não foi totalmente construída?  O material é de péssima qualidade  mas sabemos que houve um “baita” superfaturamento, isto também não é diferente nos hospitais. Citamos aqui o mínimo uma vez que há “M” descasos com estas duas áreas consideradas imprescindíveis para o bem estar da população. Diante da realidade comentada, eis o paradoxo uma vez que as reformas das arenas aconteceram tão rápidas, tão bem feitas e não houve “chororô”.

Ninguém disse que “não tinha verbas, “que o projeto era caro”, “que o Brasil era um país pobre”, não houve nada disso.  O  país estava às mil maravilhas.

Têm razão os brasileiros que mesmo sendo apaixonados pelo futebol, o que deve ser respeitado, também se entende a sua revolta em perceber que está claro o desinteresse dos que detêm o poder no tocante a sanar as dificuldades e o sofrimento de  muitas pessoas que estão à mercê dos serviços públicos oferecidos pelo poder público. Diante disto outro questionamento vem à tona. De onde veio tanto dinheiro para preparar as sedes da copa do mundo e mostrar um país rico sem queixa dos governantes?  Já temos por certeza que estamos pagando o preço alto de muitas dívidas que não foram da copa e nem tampouco despesas em assistência ao brasileiro. Agora depois da realização da copa o que vamos ouvir? Se não surgir nenhuma lamúria e relato de dívidas, está provado para os brasileiros que  os discursos pessimistas são para  conquistar a sensatez dos brasileiros e retribuí-los com desrespeito à  dignidade e negação dos direitos dos mesmos.

Ser contra o futebol, é negar a importância desta modalidade esportiva e suas contribuições para a salvação de tantos jovens. Ser contra a realização da Copa do Mundo no Brasil  é uma reação antipática em relação aos valores do país. Mas uma pergunta nos incomoda. Qual é o grito mais importante no Brasil? As exigências da FIFA ou a miséria dos brasileiros? Os próximos jogos irão acontecer, pensamento positivo para a vitória do Brasil. Quando terminar a copa também vamos  aguardar os nossos “gols” e quem serão os nossos adversários?

Professora Maria do Carmo de Santana                            
Cajazeiras  Junho de 2014

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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