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Maria do Carmo

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Entre acepções e reflexões, apelos e críticas

02/02/2015 às 17h12

Três palavras fundamentam o desenrolar deste texto: humanidade, violência e segurança. O dicionário brasileiro apresenta um campo de acepções bastante amplo sobre o significado destas palavras. O que é “humanidade”? Tudo referente ao gênero humano, neste sentido a benevolência, complacência caracterizam o ser humanitário dotado de bons sentimentos, benfeitor, benigno, são as pessoas que se esforçam para trilharem no caminho do bem respeitando o próximo.

Na mesma humanidade surgem aquelas pessoas que se desvirtuam, fogem dos princípios humanísticos e passam a praticarem o mal aos seus semelhantes. Configura-se a “violência” que tem como acepções a tirania, opressão, transgressão aos preceitos legais quando se trata de delitos, enfatiza-se aqui a prática dos crimes os quais caracterizam o limite da irracionalidade de alguns seres humanos. Neste contexto acontece a luta das pessoas boas procurando se proteger das pessoas más. Só podemos considerá-las “humanas” porque se acredita na capacidade de regeneração e correção dos erros, se bem que os prejuízos causados pelas mesmas são às vezes irremediáveis.

Nos dias atuais a sociedade vivencia duas realidades distintas; uma grande parte assombrada pelo fantasma da violência incutida na mente de uma pequena parcela de indivíduos que absorvem a ideia errada de que a prática dos roubos, assaltos e assassinatos são caminhos que possibilitam  adquirir riquezas e garantir o comércio das drogas ilícitas e até mesmo a sobrevivência, eis o questionamento: que mentalidade pobre, raciocínio curto pensar que isto é natural. Até que ponto o ser que se diz humano chega?

Mesmo sabendo-se que na história bíblica Caim matou seu irmão Abel simplesmente por ambição e inveja isto não pode virar moda, somente o criador pode finalizar a vida de alguém.

A proliferação do mal está se alastrando e desassossegando   os locais que antes eram tranquilos. Os assaltos seguidos de assassinatos aconteciam na zona urbana, nas grandes cidades, hoje, a população ruralista vivencia o terror, o medo uma vez que este ambiente é propício às ações criminosas visto que ficam mais longe das cidades e da presença do policiamento. Na realidade chegou aos limites extremos quando nem dentro de sua própria casa as pessoas se sentem seguras. Antes se tinha cuidado de manter uma casa segura com portas e janelas nelas reforçadas a fim de proteger-se dos maus feitores isto porque os ataques aconteciam durante à noite. Hoje este tipo de cuidado já não mais funciona uma vez que as invasões acontecem em plena luz do dia, tortura-se pessoas honestas, mata-se quem está cuidando da luta rotineira na sua própria residência, às vezes nem levam o que queriam, mas alguém ficou morto, este é o saldo: é como se estivesse brincando de matar gente.

Na zona rural agora é assim: se quer ficar seguro na sua casa é preciso fechar as portas e ficar trancafiado durante o dia. É complicado!  Nos municípios pequenos a Segurança Pública deixa a desejar devido o desaparelhamento desde o policiamento restrito, os espaços físicos para a detenção dos delituosos sem estrutura adequada, as delegacias desprovidas de agentes investigativos. De certa forma o estado está se omitindo em não oferecer a segurança a os seus cidadãos e cidadãs os quais teriam o direito de viverem mais seguros.

Percebe-se que devagarinho está sendo implantada a ideia de que matar para roubar é “normal” Que isto já acontece nos grandes centros e que os municípios menores estão entrando no ranque da criminalidade. É a cultura de morte chegando no campo. Vivencia-se também a cultura do silêncio, das informações reduzidas e fragmentadas do medo de se questionar agravante situação uma vez que as pessoas sentem desprotegidas. Quem vai falar? Quem lidera neste contexto? No andágio popular ”quem vai pôr a mão em cumbuca”? 

“Segurança” significa: estado ou efeito de segurar, de estar seguro, confiante, firme. No Preâmbulo da Constituição Brasileira assegura “o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar a justiça…” a todos. Com base nestes direitos de certa forma está longe da prática, tem muita coisa faltando para  fazer valer os mesmos. 

E assim prossegue a vida numa sociedade que se diz humana na qual uns utilizam a inteligência para arquitetar a maldade passando a serem feras devoradoras das outras pessoas que querem viver em paz.

Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras, 29 de Janeiro de 2015

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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