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Fernando Caldeira

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Gripe Suína – O que nós, os humanos…

04/05/2009 às 10h36

Por José Cícero

A humanidade planetária encontra-se por demais apreensiva e em estado de alerta geral. E, digamos que tem razão de sobra para isso. Tudo por conta da possível ameaça cada dia mais iminente de uma pandemia mundial ocasionada pelo temível vírus mutante H1N1 da chamada gripe suína capaz de atingir seres humanos e se propagar de pessoa para pessoa. Segundo informações de especialistas o referido vírus sofrera mutação no organismo dos suínos, reaparecendo entre nós ainda mais forte e, até agora sem nenhum controle preventivo por parte da medicina.

Pandemia Planetária
Do ponto de vista histórico, este risco não está descartável, posto que muitas outras epidemias já ocorreram pela história afora deixando um rastro de destruição e calamidade das mais horrendas. Dentre estas verdadeiras catástrofes "naturais" registradas, podemos citar a da gripe espanhola que varreu a Europa após a 1ª grande guerra matando de 20 a 40 milhões de almas no velho continente, bem como em outras partes do mundo. Ocasião em que até mesmo um presidente brasileiro(Rodrigues Alves) também sucumbiu ao vírus da gripe espanhola de 1918.

Poder Mortífero dos vírus mutantes
Infectologistas e os próprios representantes da Organização Mundial de Saúde(OMS) alertam para o grande poder de mortandade do vírus da gripe suína(H1N1) que, potencializado pelos efeitos da modernidade tecnológica, da globalização e do intenso tráfico e mobilidade de pessoas ao redor do planeta poderá intensificar ainda mais seu poder de alastramento. Por tudo isso não é nenhuma retórica se afirmar que o mundo contemporâneo a cada dia se torna menor o que favorece e muito o aparecimento de organismos mutante e deletérios a saúde da humanidade e em escala de ataque epidêmico. Todo o intenso processo de deslocamento de pessoas, animais e mercadorias entre as mais diversas comunidades mundiais multiplica a possibilidade de uma pandemia. Vários vetores continuam abertos as transmissões virais; somando-se a isso os grandes aglomerados humanos espalhados pelas grandes metrópoles do globo. As manipulações quimicolaboratoriais de organismos, sobretudo dos alimentos/rações servidas aos animais têm servido ao surgimento de patologias provocadas por vírus e até enzimas modificadas. Quem sabe seja o alto preço que pagamos por queremos "brincar de Deus" e desrespeitar a natureza da terra.

As Pandemias na história
No passado, os riscos de pandemias eram um realidade, no entanto havia uma distância temporal entre um acontecimento e outro. Espaços que foram evoluindo à medida que o processo tecnológico e científico se aprimoravam, notadamente no setor de transporte e da genética, sem esquecer a questão do crescimento populacional que no momento beira já a casa dos sete bilhões.
Se a gripe espanhola levou pouco mais de 12 meses para se transformar numa pandemia, é provável que nos dias atuais não seja preciso mais de 3 meses. Em apenas 10 horas é provável que o vírus da gripe suína possa chegar do México ou dos Eua até nós, os brasileiros dado o incrível encurtamento das distâncias pela engenharia aéria.

O que podemos esperar?
Então, mesmo sem nenhum ranço de fatalismo, podemos assegurar que, tanto o surto pandêmico, quanto o risco de o Brasil vir ser também vítima da gripe suína, constituem uma possibilidade não menos remota. Para tanto, faz-se necessário o empenho das autoridades governamentais e um esforço de consciência da população como um todo, no sentido de se evitar que o pior aconteça.
Há quem diga que, desde o surgimento dos seres humanos no planeta, a natureza, tem-se encarregado de promover este verdadeiro “arrastão” seletivo da espécie humana por meio destes acontecimentos caóticos. Talvez mais uma evidência do primado de Charles Darwin. Para os que pesam deste modo, esta sucessão catastrófica se expressa desde os acontecimentos pandêmicos imemorriais até os fenômenos como secas, inundações, terremotos, furacões dentre outros. Neste aspecto de ilações diversas há que rememorar alguns registros que dão conta de Sodoma, Gomorra, Atlanta, Pompéia dentre vários outros povos que misteriosamente desapareceram da face da terra.

Visão Mística dos acontecimentos
Os mais místicos chamam tais fatos de verdadeira “ira de Deus” enviadas à humanidade para aplacar o pecado dos homens. No fundo, o problema existe como um desafio quase permanente aos seres racionais, posto que, de tempos em tempos retornam para, de uma forma ou de outra assolar a humanidade na sua caminhada evolutiva civilizatória. É preciso dizer, no entanto, que a forma pela qual temos tratados e nos relacionados com a natureza biológica, também tem influenciado boa parte destes tristes acontecimentos. Um aspecto que certamente nem o próprio Darwin se dera conta na sua devida perspectiva futurista…

Pelo jeito, ocorrências como esta não serão as primeiras e, tampouco as derradeira. Será o começo do fim? Difícil explicar sem passarmos a idéia do amedrotamento e do pânico. Quem sabe, a humanidade possa a partir de então, aprofundar suas reflexões mais necessárias e verdadeiras e, daí possa tirar novos ensinamentos para uma convivência harmoniosa, pacífica e mais racionalizada com todos os seres planetários.

A ciência, por seu lado, assim como o fez com o vírus da gripe aviária e tanto outos, também quem sabe possa dá sua parcela de contribuição à evolução holística e racional do homo sapiens no sentido de que nos tempos modernos uma nova pandemia a La gripe espanhola não possa de novo, atacar de modo mortal, parcelas significativas de seres humanos.

Por fim… o que se espera?

Creio, no entanto, que será preciso, além da ciência muito mais consciência e compromisso de responsabilidade compartilhada das pessoas em relação ao tipo de mundo que poderemos deixar aos nossos filhos e a posteridade em geral. É preciso que assumamos um novo paradigma de convivência baseado na ética e no respeito, inclusive e sobretudo para com a natureza e os recursos naturais.
Muitos vírus ainda estão por vir, o que importa a partir de agora, é saber como podemos mudar nossa velha forma de comportamento ante o enfrentamento e a escalada das calamidades que no futuro muito mais que hoje, haverão de castigar sem trégua e, em intervalos cada vez mais curtos a humanidade planetária, caso nada seja feito a partir deste instante. Já que estamos no ponto limite. Não há mais tempo para delongas ou vacilações…Ou mudamos ou teremos que forçosamente experimengtar o mesmo fim que tiveram os dinossauros. Estamos, por assim dizer a um passo da própria autodestruição.

Afinal de contas, será que para o resto dos seres vivos, diante de tanto mal que já causamos ao planeta e as outras espécies(e até a nós mesmos) ao longo da história, também não podemos ser encarados como vírus, invasores e destrutivos? Há razões de sobra igualmente para nos sentir assim, num comparativo direto de conhecimento de causa com todo os demais seres vivos da biosfera.

Fernando Caldeira

Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

Contato: [email protected]

Fernando Caldeira

Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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