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Mariana Moreira

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Hasta la vista, companero!

02/12/2016 às 13h47

Nasci com a revolução cubana. Quando vim ao mundo, em três de agosto de 1959, os camaradas liderados por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara desciam a Sierra Mestra e depunha Fulgêncio Batista. Um ditador que transforma a ilha cubana em prostíbulo e quintal dos americanos.

Cresci ouvindo as mentiras sobre a ilha. Em plena ditadura militar os murmúrios que chegavam sobre a terra de Fidel eram que aquilo representava a anunciação do anticristo. Que naquela terra a liberdade tinha sido soterrada pela armas e forças de um homem que concentrava todo o poder em suas mãos, eliminando seus adversários. Que os Estados Unidos, ardorosos defensores da liberdade, estavam empenhando esforços diuturnos para resgatar aquele povo da tirania e da vilania de um homem e seu desvario de senhor absoluto de todas as vontades, mentes e corações.

Mais tarde, adulta, começo a realizar outras leituras sobre a ilha de Cuba, sobre Fidel Castro.

Leituras que me permitem ir além do lugar comum e começo a enxergar que o discurso sobre Cuba como uma ditadura ferrenha escondia uma realidade de um país que conseguiu construir a dignidade de seu povo com a superação do analfabetismo. Enquanto o Brasil, pais livre e democrático, ostenta índices de analfabetismo que envergonham nossa dignidade.

Consigo ler a ilha de Cuba como um país onde a medicina é exercida como direito e prerrogativa de todos. Dessa forma, o país reduz a índices próximos a zero as taxas de mortalidade infantil, de epidemias que, no Brasil, em “pleno exercício da liberdade” dizimam milhares de pessoas. Enquanto Cuba, nos “subterrâneos” da “ditadura” castrista, desenvolve vacinas e avança na produção de medicamentos importantes para o combate de doenças crônicas, o Brasil, no “esplendor” de sua pujante democracia e liberdade”, vê como natural milhões de brasileiros morrendo na filas e salas de espera de hospitais públicos, atrofiando no raquitismo da fome, definhando na incerteza da vida que se esvai na violência, nas favelas, nas secas, nos sarampos, pólios e cataporas que matam e marcam vidas e sonhos.

A minha leitura de Cuba me permite vê que, enquanto no Brasil, a democracia essencializa as diferenças sociais como inerentes ao processo econômico e político, que transforma direitos, como saúde, educação, em mercadorias acessíveis apenas aos afortunados, os cubanos, mesmo sem andarem em carros do ano, mesmo sem acesso aos derradeiros modelos de bens, têm assegurados, em sua plenitude, o acesso ao atendimento de saúde e a garantia da educação publica em todos os níveis.

Minhas leituras sobre Cuba me levam então a muitas inquietações.

A mais contundente delas: porque uma pequena ilha, situada no oitão da mais arrogante nação capitalista do mundo, sofrendo todas as sortes de bloqueio e ataque, consegue construir uma história de dignidade e humanidade para seu povo?

Um povo que, prostituído pela senha perniciosa do capital, se recompõe e, décadas depois, espalha pelo mundo exemplos de solidariedade ao enviar missões médicas para diversos países do planeta.

Busquei resposta na nossa democracia. Não as encontrei.

Viva Fidel!

Mariana Moreira

Mariana Moreira

Mariana Moreira

Professora Universitária e Jornalista

Contato: [email protected]

Mariana Moreira

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