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Damião Fernandes

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Imprensa Livre em Cajazeiras?

03/05/2009 às 06h41

Por Damião Fernandes

Sempre fui um admirador do bom jornalismo. Do jornalismo feito com maestria, com ética e liberdade de expressão. Quando digo liberdade, não estou me referindo apenas a capacidade de dizer o que se quer dizer sem nenhum critério ou finalidade, falar “abobrinhas” a torta e a direita. Mas é justamente o contrário: Levar informações baseadas em critérios éticos e verossímeis. A liberdade de falar a verdade sobre qualquer circunstancia. Infelizmente, o que se tem percebido aqui em Cajazeiras é justamente o inverso de tudo isso. Alguns pseudojornalistas e/ou radialistas que pautam sua prática profissional num mercenárismo de carteirinha e num oportunismo podre.

Não precisamos ir longe. Basta que transitemos por alguns dos portais, blogs políticos ou jornais semanais que circulam por aqui, para que possamos reconhecer quem são aqueles profissionais que usam ou não de coerência pessoal e profissional em suas palavras naquilo que escrevem ou naquilo que falam quando usam seus microfones. 

É possível reconhecer quem são aqueles ditos jornalistas que nas configurações políticas do governo passado [no amor e na paixão] exaltavam aquele governo, teciam os mais altos elogios, jogavam confetes e tudo mais. Agora, pelas circunstancias politiqueiras, no atual governo municipal, se tornaram críticos do governo que elogiavam e elogiam á demasia o que criticavam. Você entendeu? Isso é o que o Aurélio chama de oportunismo.

Sem falar naqueles “jornalistas” que em troca de favores políticos a Deputado A ou B, fazem de seus programas e/ou atividades jornalísticas como que uma acessória particular a tais parlamentares: escondendo o que estes fazem de errado ou o que eles simplesmente não fazem e gritando aos telhados as suas “boas ações”. 

Acredito que essas realidades não são novidades para ninguém. Mas é preciso sempre rememorar com insistência e repetir com persistência para levar as pessoas a refletirem criticamente nos mais diversos mitos infecundos que se criam aqui e se tentam empurrar “goela abaixo”: “É a fabulóide atleticana”, é a “cidade que ensinou a Paraíba a ler”, a” cidade de ensina a Paraíba a fazer rádio”, “é a terra da cultura”, etc, etc e vai por ai a fora.

Além do falacioso slogan de que Cajazeiras é a cidade que ensinou a Paraíba a Ler, existe outro não menos presunçoso que o primeiro, que diz: Cajazeiras a cidade que ensinou a Paraíba a fazer rádio. Poderíamos dizer que de slogan egocêntricos que não condizem com a verdade e a realidade, Cajazeiras está bem servida, mas profissionais que os justifiquem estaríamos ainda esperar que alguma força sobrenatural os ressuscitem. 

Guardando as devidas exceções, poderíamos afirmar que Cajazeiras necessita de profissionais da Imprensa coerentes em suas palavras – não podemos afirmar categoricamente que não existam, mas precisamos procurar como agulha no palheiro – que denunciem a mentira seja em que esfera política aconteça: Federal, Estadual ou Municipal. Precisamos de profissionais que valorizem e respeitem o interesse da coletividade – a verdade – e não apenas os seus interesses.

Uma imprensa verdadeiramente livre é o que precisamos. Pois ela colabora na  formação de conceitos, de mentalidades, valores e em última análise, gera a opinião pública, ou seja, é por meio da imprensa falada e escrita que a população é influenciada a pensar o que pensa, a falar o que fala e a entender o que entende. A imprensa tem um papel fundamental na construção dos significados sociais e culturais numa determinada sociedade. Quanto mais uma sociedade é beneficiada pela presença de profissionais de uma imprensa livre, coerente, ética, mais esta mesma sociedade se apresenta consciente de seus direitos e deveres.

Cajazeiras precisa deixar de viver sob os fantasmas de seus mitos ineficazes e seus ídolos lingüísticos e começar a construir uma sociedade alicerçada na verdade das coisas, das pessoas e dos fatos. Pois uma sociedade que se alimenta de mentiras não estabelece categorias culturais que mereçam orgulhar-se depois.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

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Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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