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Raquel Alexandre

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Inveja, “mau olhado” “olho gordo” “quebrante”…

22/03/2014 às 20h29

Vivemos em um mundo cada vez mais competitivo e materialista, onde a maioria das pessoas deseja dia a dia a busca exclusiva de bens materiais e a satisfação dos sentidos. Dessa forma, quando algumas pessoas se dão bem na vida ou conseguem sucesso podem despertar a inveja de outras. 

A inveja ou os populares “mau olhado”, “quebrante” ou “olho gordo” é um sentimento que todos nós experimentamos mesmo sem nos darmos conta, uns mais, outros menos, por ainda sermos seres inferiores, entretanto, ninguém gosta de reconhecer quando o está sentindo. 

Em geral, costumamos não valorizar as coisas que já realizamos e assim cultivamos a sensação de desvalia sem nos darmos conta de nosso próprio valor. Neste sentido, a inveja consome o invejoso, porque o faz dar valor apenas ao que está além de seu alcance.

O invejoso se atormenta constantemente e pode sentir raiva, tristeza ou revolta porque não sabe contentar-se com o que tem e deseja ser igual à pessoa que inveja ou quer possuir um bem material que não tem condições de obter. Ele sofre por sentir falta do que não está ao seu alcance, seja pela beleza, dinheiro ou bens materiais.

Outras pessoas podem manifestar sua inveja com brincadeiras de mau gosto, chama a pessoa invejada de exibida ou que gosta de contar vantagem. Outros invejosos dão conselhos para as pessoas garantirem o seu triunfo. 

Por isso, muitas pessoas preferem nem contar detalhes de sua vida, algum sucesso alcançado ou boa notícia a muitas pessoas, com receio de ataques de inveja, pois o invejoso pode emanar energias negativas fazendo com que a pessoa se sinta mal com toda a vibração pesada que ele (o invejoso) expande. 

Por se sentir infeliz com a felicidade do outro o invejoso critica ou fala mal da pessoa invejada sem motivo, exalando inúmeros defeitos. Nos casos mais graves a inveja pode gerar brigas, desentendimentos ou até suicídios e homicídios. 

Esta é a base da inveja: supervalorizar os outros (que podem, segundo a fantasia do invejoso, fazer tudo) e desvalorizar a si mesmo (que é inferior porque não pode fazer nada). Assim, nasce o desejo de esvaziar o outro para que tudo fique igual e ele não fique só. Segundo o psicanalista Mário Quilici, a inveja dá-se em quatro fases especificas:

1- Primeiramente, o indivíduo olha um objeto, situação ou um traço de alguém que imediatamente admira. Compreende a importância daquele traço para ele. Ou seja, vê, admira e deseja. 

2- No momento seguinte, faz uma comparação entre o que o outro tem e o que o indivíduo não tem. Ele toma consciência de uma falta sua porque já discrimina. Aqui o processo cognitivo é importante. 

3- Aí se dá o terceiro momento da inveja, que é a percepção – e ao mesmo tempo a vergonha – de uma falta nele do que foi admirado (e valorizado) no outro. Surge aí, também, a constatação de que aquilo que desejou, é impossível de ser obtido por ele. 

4- Logo estamos na quarta e última fase: A inveja é disparada pela percepção de uma falta no indivíduo. 

Quando somos criticados pela inveja, podemos nos sentir injustiçados ou vulneráveis frente ao ataque venenoso. Neste momento, é bom lembrar que é praticamente impossível ser compreendido ou agradar a todos. O importante é mantermos o foco em nossas metas para não nos contaminarmos pela inveja alheia, pois ela sempre estará presente, de uma forma ou de outra.

Portanto devemos nos limpar cada vez mais dessa chaga que toma conta da humanidade e é filha do egoísmo e orgulho, dois cânceres terríveis que assolam o mundo e gera tanto mal. Devemos notar sem inveja o que não possuímos e contentarmos com o necessário, além de não procurarmos parecer mais do que somos, sendo calmos e não criando necessidade passageiras.

Raquel Alexandre

Raquel Alexandre

É redatora do Portal Diário do Sertão e Formada em História pela UFCG de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Raquel Alexandre

Raquel Alexandre

É redatora do Portal Diário do Sertão e Formada em História pela UFCG de Cajazeiras.

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