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Francisco Cartaxo

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Legado da Copa do Mundo

21/07/2014 às 13h57

A Copa do Mundo de futebol acabou melancolicamente para o Brasil. Mais vergonha do que frustração, diante do deprimente espetáculo da equipe de Felipão, sobretudo, nos dois últimos jogos. Um gol a favor e 10 contra! Que equipe? Onze perdidos em campo, isso sim. Balão pra frente, quem quiser que pegue! Parecia o time do Sítio Prensa, no meu tempo de menino. Na abertura dos jogos, ainda por cima, aquele coro chulo, dirigido a Dilma. Demonstração grosseira de falta de respeito à presidente da República. Além do mais, protesto besta, inoportuno, inútil. 

Agora, voltamos à realidade do dia a dia, a campanha eleitoral batendo à porta, em meio a especulações sobre os reflexos da feiura do Brasil neste mundial. 

A derrota da seleção vai atingir a candidata Dilma?

Cada um pensa o que deseja. Muita asneira na mídia, em redes sociais, tentando descobrir quem perde e quem ganha. Mais desejo do que análise. Um mundo de palpites. Recorro à opinião de Antônio Lavareda, em entrevista à Folha de São Paulo: 

“a euforia com os jogos substituiu a reflexão coletiva sobre o custo dos estádios, obras inacabadas e o legado insuficiente. Com o fiasco da derrota, é provável que, aos poucos, volte à tona esse tipo de discussão. Na campanha, ninguém vai discutir se o Brasil perdeu o jogo. O que vai ter espaço é essa discussão sobre investimento, infraestrutura, obras. Se o Brasil fosse campeão, toda essa discussão estaria completamente superada. A oposição não teria como colocar essas coisas. Agora, é inevitável que coloque.”

O professor Antonio Lavareda é bacharel em direito, mestre em sociologia e doutor em ciência política. Alia aos títulos acadêmicos uma larga experiência em campanhas eleitorais, desde 1985, como estrategista, coordenador e intérprete de pesquisas eleitorais e tudo o mais inerente à sua profissão. É também comentarista da BandNews e autor de vários livros, entre os quais “Emoções ocultas e estratégias eleitorais”. Nesta eleição, Lavareda não se vinculou a nenhum dos candidatos à presidência de República, ficando assim mais livre para opinar.  Por tudo isso, convém prestar atenção no que ele fala.

As palavras entre aspas foram ditas antes de terminar a Copa, mas vale para o imediatismo da campanha eleitoral. Creio, não ficarão na história como algo significativo. O legado histórico serão, sem dúvida, as vergonhosas derrotas para a Alemanha (7 a 1) e para a Holanda (3 a 0). E também a mudança operada nos campos de futebol. Mudança até no nome: de estádio para arena! Não adianta colocar panos mornos, falar em “sucesso de organização”, na “copa do século” “nos milhares de turistas estrangeiros” que retornaram a seus países satisfeitos com este Brasil imenso, diversificado, de gente brincalhona. E os protestos anticopa? Minguaram. Tudo isso é bobagem. No futuro coisas assim serão enterradas no subsolo das insignificâncias históricas. Restará, porém, o inesquecível placar de 7 a 1. 

P S – Terça-feira, dia 15, o Santa Cruz do Recife perdeu de 4 a 1 para o Vasco. Santinha jogou mal. Parecia o time de Felipão… 

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

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