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Gildemar Pontes

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O Estado que mata não sabe educar

25/08/2015 às 09h28

Por Gildemar Pontes

O Estado que mata criança e que quer prender adolescente não pode dar conta dos problemas estruturais que acometem toda a sociedade. O Estado que corta verba da Educação e da Saúde mata os sonhos e a liberdade de milhões de pessoas.

Além do massacre do Estado, com seu braço mais feroz na polícia, há ainda as milícias e os grupos de extermínio que atuam como formas de "limpeza" social, tudo sob os olhos impunes, complacentes e muitas vezes com a participação do poder. Nesses últimos tempos, uma parte da população sem História e sem Educação Cultural aprendida na Escola, foi às ruas pedir a volta dos militares. Mas eles saíram de cena? 

Os governos pós-ditadura continuaram usando a polícia para atender ao autoritarismo dos ricos sobre os pobres, dos patrões sobre os trabalhadores, dos não sujeitados aos partidários de carteirinha do PSDB ou do PT, apenas esses dois representam o maniqueísmo burro a que estamos expostos. É lamentável que um governo de "esquerda" (pelo menos foi), como esse atual, esteja tão envolvido com a classe dominante através das máscaras mais terríveis, como o favorecimento de empreiteiros e banqueiros ou o corte aos direitos sociais e aos orçamentos tão caros à diminuição da pobreza material e intelectual. É lamentável mais ainda ver/ ler intelectuais minimizando os males das medidas do governo ou da ausência do governo simplesmente acusando os governos passados, desviando a atenção para a figura patética do Aécio ou do FHC, como se fossem diferentes dos discursos patéticos e disléxicos da Dilma, que não vê o lixo debaixo do tapete. 

Os militares das forças armadas nos quartéis não são os mesmos da velha ditadura, só uns generais aposentados ou em vias de aposentadoria ainda alimentam um discurso saudosista. A tropa, hoje, mais qualificada para os desafios do país, quer trabalho e não lavagem de sujeira. Há um Instituto Militar de Engenharia, do Exército, um Instituto Tecnológico da Aeronáutica, um Estaleiro Naval da Marinha capazes de produzir auto-suficiências em vários setores da tecnologia militar e civil. Por que os governos não investiram nessas Escolas de Formação de ponta?

Estamos numa séria crise educacional patrocinada pelo governo que chamou este país de “Pátria Educadora”. Triste ironia para um povo que defende corruptos e faz justiça com as próprias mãos, amarando ladrões pobres em postes e batendo até matar. Enquanto isso, os ladrões ricos votam contra os direitos sociais no congresso nacional; ou estão surrupiando as prefeituras ou estão calangueando nas câmaras de vereadores. E o povo não tem a mesma medida da justiça para esses corruptos, porque lhe falta, antes, Educação.

O problema maior da nossa sociedade é Educação e Conhecimento em falta. A polícia mata pobre porque é despreparada e está a serviço de uma sociedade parasitária de informações fúteis e conhecimentos inúteis, imitados de novelas e programas de auditório. A Escola não é mais o lugar do Saber e da Civilização, é tão somente um espaço de usuários de uma Educação negligenciada por governos corruptos, boçais e incompetentes.

*Escritor, professor de Literatura da UFCG

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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