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Maria do Carmo

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O mês de Julho e as homenagens à amizade

28/07/2016 às 17h10

Difundir o significado da amizade é ajudar a semear sementes de paz. O dicionário define “amizade como um sentimento fiel de afeição, estima ou ternura entre as pessoas que em geral não são parentes nem amantes; são afinidades que se geram construindo edificantes laços entre as pessoas que talvez nem se vinha antes. Às vezes, a amizade flui na hora do desespero para salvar algo que pode estar sendo perdido e que não houve nada para agendar a sua chegada, a necessidade do momento foi  o convite especial.

A amizade tem amplitudes indecifráveis, é algo abstrato e ao mesmo tempo concreto, na qual as virtudes da caridade e da humildade são os pilares de sustentação de uma verdadeira amizade. A caridade é a serenidade, é a busca do bem do outro, é a  compreensão das falhas e do perdão das fraquezas, é palavra amiga que fortalece  alguém  nas dificuldades, é o enxugar das lágrimas,  ou ainda a ação rápida no momento de necessitado de amparo.

Como plantas de um jardim precisam ser regadas, assim são as boas amizades, elas precisam de cuidados sendo a humildade a água que suaviza a raiz e alimenta existência da mesma. Isto começa através da benevolência, entendendo as fragilidades humanas, também aceitando as grandezas dos nossos semelhantes uma vez que Deus deu a cada um o recurso da inteligência e assim crescerem através das realizações. Por outro lado, o orgulho (o amor próprio exagerado) de não querer aceitar manifestações de ajuda, consubstanciado pelo egoísmo de se achar autossuficiente  e a inveja que não admite o crescimento do outro  fecham as portas da humildade  escurecendo as  trilhas para a amizade.

Numa realidade na qual as pessoas se chocam correndo atrás dos seus próprios interesses, às vezes se tornam mesquinhos devido a maneira como são encarados pelas mesmas, nem percebem que podem está instaurando a separação, a guerra, a desunião se esquecendo do grande valor da amizade. O surgimento da amizade decorre de uma situação emocional afetuosa, brotada de uma singela ternura no íntimo  das pessoas, podendo ser comparada com as águas da chuva  caídas no solo;  escorrem enchendo açude, lagos, rios e as famosas cachoeiras: assim são as simples ações de apreço que se transformam na grande edificação da paz entre os nossos semelhantes.

Embora esteja presente tamanha beleza e o bem nas atitudes caracterizadoras da amizade, a “sabedoria” deve ser sua aliada para o conhecimento do que realmente se constitui uma amizade verdadeira na qual as boas intenções são nitidamente enxergadas com os olhos  do coração e da razão. Neste contexto, a amizade pode até repreender, avisar, assistir e amparar algo que poderá está em risco, ela não conduz para o perigo ou o prejuízo. Há as falsas amizades   que podem virem vestidas em pele de cordeiros, preparadas para dar o golpe através dos desejos de uma aproximação  por isso que em certas ocasiões é necessário  testar a amizade para provar a sua  legitimidade.

Sem sombra de dúvidas, a “amizade” exerce um papel tão importante no relacionamento das pessoas que conhecemos o dia 20 de julho – “Dia do Amigo” instituído oficialmente em alguns estados e municípios do Brasil e países da América do Sul (Uruguai e Argentina).  A História narra que o dia 20 de Julho de 1969, registra a chegada do homem à lua sendo este feito divulgado para diversos países do mundo pelo médico argentino Enrique Ernesto Febbraro para ele, esta descoberta científica demonstrava que “se o homem se unir com seus semelhantes não há objetivos impossíveis” isto impulsionou o médico na defesa o dia 20 de Julho consagrado ao “Dia do Amigo”. É interessante que partindo de uma descoberta científica o homem soube fazer a relação da essência que pode transformar e desbravar mundos desconhecidos através da união, ou seja,  da amizade.

Tem-se informação também que desde 1958 através da Campanha em favor da valorização e realce da amizade entre os seres humanos de forma a fomentar a cultura da paz teve raízes na Cruzada Mundial da Amizade. Nesta campanha teve à frente o médico Ramón Artemiro Bracho no Paraguai sendo fixado o  “dia 30 de julho como “Dia da Amizade”  o mesmo foi oficializado  durante  a sexagésima quinta sessão da Assembleia das Nações Unidas no dia 27 de abril de 2011  e aceita unanimemente por 43 países  e quase todos os países da América do Sul  inclusive o Brasil. Este fato mais uma vez reforça o reconhecimento pela Assembleia  “da pertinência e da importância da amizade como sentimento nobre e valioso na vida dos seres humanos de todo o mundo”.

Que as amizades sejam entendidas como as rosas que soltam perfumes, mas ao aproximar dos nossos narizes somos surpreendidos pelos espinhos, no entanto o perfume supera os mesmos. A amizade não é perfeita, há os sobes e desces da vida, os desencontros dificultando sua permanência, embora a firmeza na sinceridade e docilidade nas ações companheiras superam as mágoas. Plagiando palavras de Mário Quintana numa de suas construções literárias ele diz: “amigos são os nossos chatos prediletos”. Às vezes é na chatice de um amigo que se descobre um grande aprendizado e um bom amigo.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras  – Julho de 2016

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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