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Maria do Carmo

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O raio – X dos votantes e votados brasileiros

12/09/2014 às 18h04

A sociedade brasileira está vivenciando mais um período de preparação para a realização de mais uma maratona de eleições nas quais os brasileiros irão escolher através do voto os seus representantes: uns para legislar, outros para serem gestores dos estados e do próprio país. O ato de votar é caracterizado como um dos mais importante exercício da cidadania, devendo o mesmo ser encarado com muita seriedade. Pena que grande parte dos brasileiros  e brasileiras ainda é despolitizada encarando o processo eletivo como se fosse uma brincadeira, não sabem analisar a performance dos candidatos e nem despertam para reivindicar seus direitos, quando mesmos  chegam ao poder que os próprios eleitores lhes concederam.

As propagandas eleitorais são fundamentais oferecendo oportunidade aos eleitores de avaliarem o conjunto de requisitos que caracterizam o candidato “mais ou menos ideal para se votar”.  É preciso muita atenção porque há uma diversidade  de candidatos, entre os quais alguns merecem sérias reflexões. A começar por aqueles que na verdade  não cumpriram com suas promessas da campanha, já estão no mandato vigente e pleiteiam a reeleição, estes sim, precisam ser questionados, desviaram os objetivos de seus projetos, que às vezes foram traçados estrategicamente visando apenas ganhar a simpatia e a credibilidade do eleitorado. São aqueles que pensam assim: “a eleição passou, agora vou atender aos meus interesses, população que me espere na próxima eleição”. Na contramão está a população carente, cujos direitos são negados restando apenas “sobras” de benefícios com fins eleitoreiros. Está claro para o eleitor esperto e consciente avaliar tais candidatos.

Observa-se também que os programas eleitorais de certos candidatos são vazios de propostas inovadoras para um mandato voltado a fim de atender às necessidades básicas da população no tocante à distribuição dos bens públicos, o que se assiste através dos meios de comunicação é a repetição de discursos sobre o passado nos quais sempre mostram o que o outro fez de errado. O momento agora é de propor algo novo, transformador possível de pôr em prática, neste contexto o eleitor precisa também lutar e lembrar que os mesmos foram escolhidos para representar o povo. Para os candidatos iniciantes exigem mais atenção do eleitorado se os mesmos têm propostas consistentes objetivando a concretude das mesmas, não basta falar bonito, mas agir. Os eleitores experientes já conhecem este tipo de candidato que têm bagagem ideológica excelente, no entanto, depois da eleição sendo eleito dá “um chá de sumiço” exatamente porque as metas traçadas já foram alcançadas.

Outra figura começou a aparecer no universo político brasileiro, são aqueles candidatos com fachada de humorístico, que na verdade de humor não têm nada, apenas consideram o processo eleitoral uma grande brincadeira fazendo dos eleitores os seus brinquedos conquistando os mesmos com pitadas de humor baratas e discursos vazios de palavras sem nexos. Não se quer desmerecer as habilidades do humorista nem anular a dignidade destas pessoas na política, afinal, a Constituição Brasileira assegura o direito das pessoas de votarem e serem votadas, mas é preciso que o eleitorado não se deixe levar pelos discursos persuasivos e confusos de que estes candidatos possibilitam oportunidade pra se protestar contra as atitudes erradas de outros que já estão no poder. Protestar significa professar, avisar, levantar-se contra uma injustiça ou ilegalidade, portanto é uma atitude que precede sugestões de corrigir o erro a fim da reconstrução de algo benéfico para a coletividade, para tanto, se faz necessário que o protesto tenha base sólida com ideias embasadas no conhecimento de causa constituindo argumentos fortes de defesa de uma determinada proposta. Protesto não é divertimento, nem instrumento de manipulação para induzir as pessoas menos esclarecidas. 

Há candidatos que desde o primeiro dia de propaganda eleitoral até agora, não mudou nenhuma vírgula no seu texto sendo o mesmo desprovido de qualquer objetivo característico de quem quer representar o povo, apenas repetições de palavras com carga semântica sensacionalista visando tocar o emocional das pessoas, em política não se pode conduzir para este lado. Ainda existem candidatos que divulgam um discurso insinuando os prestígios políticos daqueles que fizeram parte da família no antepassado como se o poder fosse uma herança e tradição. Este tempo já passou! O momento é outro. Está na hora de mudar os velhos discursos. Propostas capazes de serem realizada é o forte agora.

Ainda tem mais. É agravante e vergonhoso presenciar candidatos que se elegem através da compra de votos, é um verdadeiro absurdo! Neste aspecto a culpa e o descompromisso são divididos para os dois “votante e votados”. Há o discurso de que vender  o voto é vender a própria consciência. Por que praticar ato tão mesquinho e prejudicial? O candidato só tem a cara de pau de propor a compra do voto porque sabe que muitos eleitores são vulneráveis à esta proposta descabida. Só acontece isso devido ao grande estado de alienação de muitos brasileiros desprovidos da consciência política, que não despertaram ainda para a má intenção. Quem vende o voto não pode cobrar deste candidato quando o mesmo estiver exercendo o seu mandato. Se grande parte do eleitorado brasileiro fosse mais esclarecida, talvez a classe política se comportaria melhor, não haveria tantos escândalos, desmandos escabrosos e o pior: “fica por isto mesmo”  uma vez que, quem não teve seriedade na hora de votar tampouco vai cobrar postura honesta daqueles nos quais votaram.   

A classe política sabe muito bem disso, conhece como é a mentalidade da grande massa do eleitorado brasileiro e assim vai! A cada eleição a festa pobre acontece, alguns divertem-se,  promovem-se à custa da miséria do povo o qual fica apenas com a ressaca. E assim vamos indo… depois de quatro anos mais outra festa, vamos ver quem serão os convidados?     

Professora Maria do Carmo de Santana

Setembro de 2014

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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