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Damião Fernandes

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PAPA FRANCISCO, o de Assis?

14/03/2013 às 11h58

Era mais ou menos 15h30 da tarde de uma ingênua quarta –feira.  A atenção do mundo estava voltada para a Praça de São Pedro em Roma, na expectativa da eleição do mais novo Sumo Pontífice. Ansioso  – assim como todo bom católico –  Como que intuitivamente, corro apressadamente para ligar a televisão e acompanhar se a fumaça já teria saído pela chaminé da Capela Sistina e se teria sido escura ou branca. Qual não foi a surpresa: A fumaça já teria saído e teria sido branca. Agora sim, “HABEMUS PAPAM”. Iniciaria agora o tempo da espera.

Nesse curto tempo de espera, sentimentos intensos tomam conta do candidato escolhido. Terá que responder inicialmente duas perguntas que ecoaram pela eternidade e que estarão fundamentadas na Tradição e na vida da Igreja. Uma vez eleito, o Cardeal Decano pergunta ao eleito se aceita sua eleição canônica como Sumo Pontífice; uma vez que tenha aceitado, pergunta-lhe o nome pelo qual quer ser chamado.  Enquanto tudo isso se sucedia dentro de uma das salas do vaticano, o povo na Praça de São Pedro – e eu aqui na sala de casa –  esperava ansioso e como o coração orante e vibrante o momento em que as portas se abririam e naquele balcão da Basílica do Vaticano apareceria o Cardeal Protodiácono  e faria o “Nuntio vobis gaudium – Vos anuncio uma grande alegria”.

Em meu coração a imensa certeza de estar vivendo um singular e intenso momento histórico e profético. Em meu coração a certeza de que mais uma vez a assistência e a força do Espirito Santo não seriam ausentes nessa hora. Mas pelo contrário, o Espiríto seria – como sempre é – providente e sempre atual. E na Praça de São Pedro a multidão gritava; “Viva o Papa! Viva o Papa! Viva o Papa! E aquela atitude me encantava. Mas ninguém ainda não sabe quem é o Papa, como já vibram por ele!? O amor que temos pelo Sumo Pontífice excede toda e qualquer informação sobre sua etnia ou localidade geográfica. Amamos o Papa pelo que ele representa e pelo Poder que ele tem  – “O que ligares na terra, será ligado no céu” – de unir nossos corações limitados e humanos ao coração do Pai, divino e eterno.  A reverência e a obediência que temos pelo sucessor de Pedro é algo explicado somente á luz da Fé.

Enquanto eu pensava em todas em coisas, abriram-se as Portas. O coração começou acelerar um pouco mais rapidamente. O Povo de Deus na Praça foi tomado de uma vibração estarrecedora. Poderíamos que foram tomados por um “barulho contemplativo e transcendente”.  Coube ao protodiácono, o Cardeal Francês Jean-Louis Tauran, fazer o anúncio oficial a partir da varanda da Basílica de S. Pedro:

"Annuntio vobis gaudium magnum, Habemus Papam, Eminentissimum ac reverendissimum Dominum, Dominum Odilonem Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem Bergoglio Qui sibi nomen imposuit Francisco".

A tradução desse anúncio oficial é: "Eu anuncio com grande alegria, temos papa, o mais eminente e reverenciado Senhor, Senhor cardeal da Sagrada Igreja Romana Bergoglio, que usará pra si o nome de Francisco."

Qui sibi nomen imposuit Francisco: "Que usará para sí o nome Francisco".

O nome é o ícone da pessoa. E em se tratando do nome escolhido pelo Sumo Pontífice, esse nome tem uma carga de evangelismo e profetismo de maneira mais intensa. A rigor, o papa escolhe o nome que quiser para ser chamado durante seu pontificado, a escolha deve ser norteada por dois critérios principais. Primeiro, muitos papas têm homenageado apóstolos de Jesus, usando nomes como João ou Paulo, ou junções, como João Paulo. Mas a escolha também tem a função de indicar a linha teológica pastoral, missionária e eclesiológica que o Sumo Pontífice eleito dever dar a cabo a partir de agora.

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, fez a escolha pelo nome de FRANCISCO. Assim que foi o anuncio de qual seria o nome do novo Papa, pensei rapidamente na minha conta do facebook: “O Século XXI precisa de Outro Francisco. Tão intenso, radical, santo, intrépido, silenciosamente reformador quanto o santo das Criaturas, o Francisco de Bernadone”.

"Francisco, reconstrói a Minha Igreja". Essa voz do Cristo vinda da Cruz de São Damião e na Capela do mesmo nome associada á atual eleição do Papa FRANCISCO, ecoa profeticamente na realidade vivida pela Igreja atual. São sinais de Deus. Cremos que é a Divina Providência que move as coisas e por isso nada está fora de seu alcance. Tudo está intimamente ligado por laços divinos. E se Deus deseja, para os Homens e Mulheres desse novo tempo um novo Francisco; que seja então muito Bem-Vindo.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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