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José Antonio

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Rovilson, a perda de um sonhador

08/06/2015 às 23h41

A morte do professor Rovilson Bueno, um mineiro que aportou em Cajazeiras há 24 anos, pegou a todos nós de surpresa. Era possuidor de uma inteligência privilegiada e com uma vocação fora do comum para o trabalho e o servir.

Como professor da área de Ciências Exatas, da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cajazeiras, exerceu o seu magistério de forma diferenciada e jamais abriu mão de seus conceitos e princípios na defesa de um ensino aprendizagem que, só através do mérito e de muito estudo fosse possível a qualificação e a promoção. Foi também um descobridor de talentos, a quem incentivava e ajudava.

Rovilson era do tipo que enquanto descansava, carregava pedras. Todas as vezes que foi solicitado para colaborar nos projetos que envolvia a educação, nunca se negou; foi assim quando da elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola de Saúde da UFCG – Campus de Cajazeiras, que depois de enviado ao MEC, recebeu elogios.

Era um cidadão que se envolvia nas lutas e bandeiras dos menos favorecidos da vida e fez um belo trabalho junto a Pastoral da Terra e se tornou um dos mais fiéis colaboradores, trabalho este reconhecido pelos líderes, que fizeram questão de desfraldar a bandeira do movimento sobre o seu caixão, sob lágrimas e com emocionadas palavras.

Rovilson foi também um grande colaborador do município de Cajazeiras, ao se envolver de forma espontânea, com o setor educacional, principalmente quando se tratava do ensino na zona rural. Vi lágrimas sendo derramadas, não só dos olhos, mas também do coração dos seus amigos e parceiros da Secretaria de Educação de Cajazeiras.

Depoimentos os mais diversos tive oportunidade de ler nas redes sociais e um deles me chamou a atenção, postado por uma de minhas alunas, Silvia Teixeira, que resgatou uma fotografia em que ele estava entre camponeses: “é essa imagem aqui que vou guardar dele. O educador popular, o militante, o companheiro de luta… O cara que acreditava que podemos sim construir com muita luta uma sociedade mais justa…”

Quando do movimento “vem paras ruas” lá estava ele, fantasiado ao seu modo, carregando um cartaz em defesa da democratização dos meios de comunicação. Nunca deixou de sonhar por e com um País melhor e mais decente. 
Um dos seus filhos, ao usar da palavra durante o velório, fez uma revelação que nos levou a entender o desprendimento que ele tinha pelas coisas materiais: “o meu pai fez votos de pobreza” e mais ainda quando realizava serviços para a prefeitura de Cajazeiras, junto a equipe de educação, sem colocar na pauta, qualquer retribuição financeira.

A cidade de Cajazeiras agradece a este professor o muito do que fez e pela sua inestimável contribuição, não só no plano educacional, mas acima de tudo pelo seu desejo em termos uma sociedade promotora de justiça social, que era mais um dos seus grandes sonhos.

A estimada professora Ioneida e aos seus filhos a nossa palavra de conforto e solidariedade neste momento de separação e de saudades. O sonho de Rovilson jamais morrerá.

Perdas
Ao longo destes 36 anos de existência do Centro de Formação de Professores de Cajazeiras, muitas foram as perdas: Monsenhor Luis Gualberto, Nazaré Lopes, Ilzanete Bandeira, Gessélia, Severino, Fernando, Professor Assis, Antonio Pessoa, Leocácio (Blu), Valdeberto, Chico Antonio, Augusto, Pacelli, Nicinha Holanda, João de Deus, Irmã Dourado, Waldomiro, José Clementino, Luiza Moisés, Silvani, Leonardo, Ana Batista e Rovilson. Todos estes professores foram grandes colaboradores do crescimento da educação em nossa cidade. Saudades.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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