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Médica inocentada de matar pacientes pode receber R$ 4 milhões

Tribunal Regional do Trabalho condenou hospital, que demitiu médica sem pagar direitos trabalhistas

Por Priscila Belmont

20/06/2017 às 10h33

© Reprodução

A médica Virgínia Soares de Souza inocentada, em primeira instância, da acusação de ter provocado a morte de 7 pacientes internados pode receber até R$ 4 milhões de indenização do Hospital Evangélico de Curitiba, onde trabalhava. O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) manteve a condenação que obriga a unidade a indenizar a ex-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por demiti-la sem pagar direitos, após ela ser apontada pela polícia como suspeita de antecipar a morte de doentes em tratamento.

Advogado da médica, Guilherme Assad de Lara comemorou a decisão nesta segunda-feira (19) e explicou que não há mais possibilidade de recurso por parte do hospital, já que a “decisão transitou em julgado”. Segundo Lara, Virgínia Soares de Souza trabalhou no Evangélico por 20 anos “sem registro de carteira de trabalho e sem receber os direitos mínimos garantidos pela CLT, como férias, 13º salário e FGTS. Agora, o hospital foi definitivamente condenado”, contou ao G1. A unidade não se manifestou sobre o caso, alegando que aconteceu em gestão anterior.

Desabafo

Após ser inocentada Virgínia de Souza declarou: “Vivi os últimos quatro anos na expectativa deste momento agora”. Virgínia Souza e outros sete profissionais da equipe dela foram inocentados em abril, tanto pela Justiça quanto pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná – onde mais um caso resta ser julgado.

“Recebi muitas agressões verbais, fui chamada de ‘assassina’, mas sou, na verdade, esta pessoa que o juiz (Daniel Avelar) absolveu”, contou a médica ao programa “Fantástico” (Globo), neste domingo (30).

Sobre a própria reputação como médica, Virgínia Souza falou: “Eu era conhecida mais como uma obstinada do que pelo motivo que eu fui acusada. Obstinado é um médico que chega a ultrapassar, vamos dizer, os protocolos e as regras e faz de tudo pelo resgate da vida”. Perguntada se voltaria à uma UTI, a médica respondeu: “jamais”, justificando que não suportaria perceber dúvida nos pacientes ou familiares. A médica hoje trabalha com pesquisas por telefone e diz que vai “manter este trabalho”.

Para o Ministério Público do Paraná, a sentença do juiz Daniel Avelar foi “insuficiente”, diante da quantidade provas apresentada. A promotoria também foi ouvida pela reportagem e informou que encaminhará recurso ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) por entender que pessoas foram “assassinadas naquela UTI. O MP não tem duvida e vai continuar lutando por isso pq nós temos provas fundamentadas em perícia médica oficial”.

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