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Agente penitenciário expõe situação precária no Presídio de Cajazeiras, e juíza diz que não pode impedir transferências de presos. VÍDEO!

O presídio foi inaugurado em 2010, mas até agora não foi concluído. Mesmo assim comporta um grande número de detentos.

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22/10/2015 às 15h28

Sessão especial da Câmara reuniu autoridades para discutirem segurança pública em Cajazeiras

Na sessão especial da última terça-feira (20) na Câmara Municipal de Cajazeiras, em que se discutiram a segurança pública no município, o agente penitenciário Thalles Almeida, que representava o diretor do Presídio Regional de Cajazeiras, expôs a situação precária daquela unidade prisional e detalhou o dia-a-dia estressante e perigoso dos agentes e demais funcionários que lá trabalham (assista ao vídeo logo abaixo).

O presídio foi inaugurado em 2010, mas até agora não foi concluído. Mesmo assim comporta um grande número de detentos, inclusive de outras cidades. Segundo Thalles, falta finalizar obras essenciais para a segurança e regularizar serviços básicos de saneamento.

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Para se ter uma ideia, duas guaritas que deveriam servir para a vigilância da parte de trás do prédio ainda estão desativadas. A ausência de policiais nesse local facilita a ação de pessoas que tentam arremessar drogas e celulares para dentro da penitenciária.

A situação é ainda mais delicada. Falta resolver serviços básicos como abastecimento de água, que hoje em dia é feito por um carro pipa, pois o que existe secou e a iluminação, que depende de um transformador defeituoso que gera constantes quedas de energia. Para Thalles, situações como essa são comuns na maioria dos presídios brasileiros é resultado da histórica falta de interesse do governo federal em investir no sistema penitenciário brasileiro, ppois recentemente o Supremo Tribunal Federal determinou o descontingenciamento de cerca de R$ 2 bilhões que por lei deveria investir no sistema penitenciário brasileiro.

Questionado sobre a entrada de drogas e celulares no presídio, ele alegou que, além desses problemas estruturais, o número de agentes é muito pequeno para garantir uma revista mais eficaz. Atualmente são apenas seis agentes para 200 detentos.

“A corrupção não é o principal meio de entrada de drogas no presídio. Nós não dispomos dos meios necessários para trabalhar. A nossa classe não é vista. O pessoal não vê o trabalho do agente penitenciário. Só lembra quando tem uma rebelião e algum está lá feito refém, mas é um trabalho extremamente complicado. Não se investe em sistema penitenciário no Brasil”, ressaltou.

Assista ao discurso de Thalles Almeida:

Juíza não pode impedir transferências de presos

A juíza da Vara das Execuções Penais de Cajazeiras, Paula Francinete, também esteve na sessão e revelou que a palavra final para autorizar ou não as transferências de presidiários de outras cidades não é dela, isso porque a decisão depende de reflexões sociais. Através de ofícios, os parlamentares pediram à magistrada que intervisse na Secretaria Estadual de Segurança Pública para que não fosse enviado para o presídio de Cajazeiras mais um grupo de detentos de Campina Grande e João Pessoa.

“Essa questão das 150 pessoas que vão ser trazidas para Cajazeiras ou não é uma situação que não depende da nossa vontade tão somente. O sistema penitenciário está superlotado, e isso é uma realidade com a qual nós temos que nos deparar. Infelizmente eu não tenho como chegar aqui e dizer que isso não vai mais acontecer, porque essa é a realidade do nosso sistema penitenciário”, justificou.

Assista ao discurso de Paula Francinete:

DIÁRIO DO SERTÃO

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