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Jovem estuprada por mais de 30 homens se defende nas redes sociais: ‘Parem de me culpar’

Uma conta no Twitter foi criada para, de uma forma enviesada, justificar o crime

Por Campelo Sousa

28/05/2016 às 13h32

Imagens circulam nas redes sociais (Foto: Reprodução do Twitter)

A jovem vítima de estupro coletivo no Rio voltou a se manifestar nas redes sociais na madrugada deste sábado. Depois de ter trocado a foto do perfil e também ter sido atacada na internet, ela desabafou em seu perfil no Facebook.

Ela disse que não quer ser exposta e que não publicou suas fotos ou vídeo. A jovem disse que não quer mídia, não publicou a foto, muito menos o vídeo. Pediu para que parassem de a culpar e disse que não “procurou” o que aconteceu. Voltou a argumentar que a vítima não pode ser culpada e comparou com um roubo: “Ninguém culpa alguém que é assaltado por estar na rua com o celular.”

Uma conta no Twitter foi criada para, de uma forma enviesada, justificar o crime. Foram postadas fotos de uma menina segurando armas. Independentemente de as imagens serem falsas ou verdadeiras, a estratégia de quem criou a conta faz parte da cultura do estupro.

O objetivo é fazer o público acreditar que a menina andava com bandidos, e que, por isso mesmo, correu o risco de ser estuprada. Ou seja, a culpa não seria dos bandidos, mas da vítima. O mais indignante é que a lógica da cultura do estupro encontrou eco em alguns comentários…

Estupro coletivo teria sido motivado por vingança

A vítima de um estupro coletivo já foi ouvida pela polícia, no Rio de Janeiro. Em um vídeo que circula nas redes sociais, a jovem aparece nua e desacordada após uma sessão de estupro. As investigações continuam em andamento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

Nas imagens, dois homens exibem a jovem: “Essa aqui, mais de 30 engravidou. Entendeu ou não entendeu?”, diz um dos homens na filmagem.

Dois suspeitos de terem participado do crime prestaram depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) nesta sexta-feira. Eles negaram ter abusado da garota. O advogado de um dos suspeitos ainda diz que a frase “mais de 30 engravidou (sic)” é uma referência a um funk.

O namorado

O advogado Eduardo Antunes, representante de Lucas, jogador do Boavista suspeito de envolvimento no estupro coletivo da menina de 16 anos no Rio, foi categórico ao afirmar que ele é inocente. Segundo ele, seu cliente não teve relação com o crime, e o vídeo foi gravado por Raí de Souza, que chegou à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática aos risos.

– Ele é inocente. Não houve estupro.

A versão dada por Antunes é de que Lucas não estava no local no momento em que foi gravado o vídeo. Segundo ele, a casa é um local abandonado onde os jovens geralmente se encontram para ter relações sexuais.

– Lucas foi para aquele lugar com o Raí e mais duas meninas. Os quatro iriam ter relações sexuais consentidas. O Lucas com a segunda menina e Raí com a jovem que foi vítima – contou o advogado. – Depois disso, Lucas saiu do local, mas a menina quis ficar. Até aí não tinha acontecido nada demais.

Antunes afirma que o vídeo foi gravado e vazado por Raí e defendeu que Lucas não tem nenhum envolvimento com o tráfico de drogas na comunidade.

No vídeo, a jovem está inconsciente. Segundo Antunes, Raí enviou um vídeo para um colega, e este espalhou para outras pessoas.

O advogado de Lucas ainda disse que a fala “mais de trinta engravidou” (sic) não é referente ao número de homens que abusaram da menina, mas sim uma referência a um funk.

Extra

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