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Dado como morto, homem respira durante preparação para velório

Servidora de autarquia municipal notou os sinais vitais em homem.

Por Campelo Sousa

25/09/2016 às 10h21

Milton Alves de Souza, de 68 anos, foi dado como morto e voltou a respirar enquanto era preparado para velório (Foto: Maria Alves de Saraiva/Arquivo Pessoal)

Um homem de 68 anos que foi dado como morto pelo hospital da Zona Norte de Londrina, no norte do Paraná, voltou a respirar enquanto o corpo era preparado para o velório. De acordo com a Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf), a morte foi informada pelo hospital às 16h20 de quinta-feira (22), e por volta das 19h a preparadora de cadáver notou que o homem estava respirando.

“Assim que o hospital ligou informando sobre o óbito pedimos se a declaração de óbito estava preenchida e se o corpo estava no necrotério. Com a confirmação, uma equipe foi até a instituição e recolheu o corpo, com a declaração de óbito devidamente preenchida. Na Acesf, a família reconheceu o corpo e entregou a documentação necessária para o velório e enterro”, explica o superintendente da Acesf, Ademir Gervásio.

Ainda segundo o superintendente, após a família escolher os locais de velório e sepultamento, a servidora que prepara os cadáveres começou a cortar a barba do homem. Gervásio conta que foi nesse momento que a funcionária percebeu que o abdômen do homem estava mexendo.

“A servidora percebeu o movimento do abdômen por repetidas vezes, e como isso indica possíveis sinais vitais, chamamos o Serviço de Atendimento Médico de Urgência [Samu] que realizou alguns procedimentos. Após a constatação de que o homem estava vivo, o Samu o levou para outro hospital”, diz o superintendente da Acesf.

O homem foi levado ao hospital Santa Casa de Londrina. Ns última sexta-feira (23), o hospital informou que o ‘paciente da Acesf’ está em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva do hospital. Conforme a instituição, o homem está inconsciente, respirando por aparelhos. Hipotérmico, ele é mantido aquecido com uma manta térmica e soro fisiológico aquecido. A Santa Casa informou ainda que o paciente deu entrada por volta das 21h12 de quinta.
A família do paciente registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Homicídios contra o hospital da Zona Norte na manhã desta sexta.

Constatação do óbito no hospital
O diretor-geral do hospital, Luiz Koury, explicou que o óbito do paciente foi constatado por equipe de enfermagem capacitada e pelos médicos do hospital após o homem ter uma parada cardiorrespiratória.

“Assim que a enfermagem considera que não tem mais condições de reanimar o paciente, os médicos são chamados para tentar reanimar. A morte só é constatada quando a equipe de enfermagem e os médicos notam que não há mais condições de reanimação, o paciente não reage mais. Foi o que aconteceu com esse paciente. Após todas os procedimentos de reanimação não surtirem efeito, o óbito foi confirmado”, diz Koury.

O diretor-geral da instituição explicou que o homem foi internado no hospital com quadro de pneumonia que evoluiu para uma infecção generalizada. Ainda conforme o hospital, o homem sofreu quatro paradas cardiorrespiratórias na quarta-feira (21), mas foi reanimado em todas elas. No entanto, na quinta-feira o coração não voltou a bater durante os procedimentos realizados.

“A equipe de enfermagem que prepara o corpo no necrotério do hospital não notou que o homem apresentava sinais vitais e nem os funcionários da Acesf que foram buscar o corpo perceberam nada de diferente. É um caso impressionante e raro”, detalhou o diretor-geral do hospital da Zona Norte.
Luiz Koury explicou que para isso ter ocorrido há duas possibilidades. A primeira é o paciente ter histórico de catalepsia, que é um distúrbio do sono – a pessoa entra em sono profundo sem movimentos e com batimentos cardíacos e respiração praticamente imperceptíveis -, e a segunda é a ocorrência da Síndrome de Lázaro. Essa síndrome se manifesta em pacientes nos quais, após a realização de diversas tentativas de reanimação, o coração para de bater. Horas depois, por um motivo ainda desconhecido, o coração volta a bater.

“Acreditamos que tenha ocorrido essa síndrome, mas infelizmente não temos como comprovar. E se foi isso que aconteceu, será um caso extremamente raro, apenas 35 casos foram constatados no mundo”, pontua Luiz Koury.

G1

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