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Insegurança às vésperas das eleições leva Força Nacional às ruas em mais de 370 municípios

Morte de segurança e baleado em comício estão entre justificativas de pedidos por reforço

Por Campelo Sousa

25/09/2016 às 10h44

Ao menos 107 municípios de cinco Estados receberão apoio logísitico de tropas das Forças Armadas nas Eleições 2016 (Foto: João Evangelista/Força Aérea)

Com problemas de segurança em diversos municípios, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou o envio de agentes das Forças Armadas para ao menos dez Estados do País. A uma semana das eleições municipais, o reforço de policiamento já está confirmado em cerca de 370 municípios — e até 2 de outubro esse número pode ser maior. Em 2012, última eleição municipal, o reforço na área da segurança ocorreu em 395 municípios de 11 Estados.

Segundo o TSE, até 22 de setembro, já estava confirmado o envio de tropas para os seguintes locais: Acre (oito municípios), Alagoas (dois), Amazonas (17), Mato Grosso (nove), Mato Grosso do Sul (um), Pará (108), Piauí (142), Rio Grande do Norte (86), Tocantins (quatro) e Rio de Janeiro — o TSE não divulgou o número de municípios fluminenses que receberão reforço de segurança, mas indicou que haverá tropas na capital e na região metropolitana.

Consta nas decisões que os pedidos dos tribunais regionais foram acatados “diante da proximidade do pleito e da vasta quantidade de locais de votação com histórico de violência devido ao acirramento da disputa eleitoral e do baixo efetivo policial nas localidades”. É o que ocorre em alguns municípios do Amazonas, por exemplo.

Em Maués (AM), um dos locais que receberá o reforço, o atual prefeito e candidato à reeleição, Carlos Góes (PT), solicitou apoio após o assassinato de seu segurança ocorrido no início de setembro. Além disso, UBSs (Unidades Básicas de Saúde) foram atacadas, assim como a sede do PT e o escritório jurídico que cuida da campanha à reeleição do prefeito.

No Rio Grande do Norte foi autorizado o envio de tropas federais para 86 municípios. Segundo a decisão, “a crise na segurança pública que está sendo vivenciada no local, com risco de comprometimento da normalidade das eleições e da integridade física dos eleitores” justifica o reforço na segurança. O Estado passou por uma série de ataques nos últimos meses. A onda de violência teve início depois que o governo começou a instalar bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim e os atentados foram feitos por integrantes do Sindicato RN, facção que controla a maioria das unidades prisionais. Houve ataques a bases da PM, ônibus foram incendiados, presos mortos. Segundo a SSP, foram mais de 100 ataques em mais de 35 cidades.

Em Santa Cruz do Piauí (PI), uma pessoa foi baleada durante um comício em 18 de setembro e deputados já denunciaram que a população tem sofrido ameaças e intimidações. De acordo com a Assembleia Legislativa do Piauí, o deputado Robert Rios (PDT) chegou a sugerir, em sessão do dia 20 de setembro, que o secretário de Segurança do Piauí “entre de licença durante o período eleitoral ou deixe de ficar em palanques ao lado de pessoas suspeitas”. Segundo ele, o PCC (Primeiro Comando da Capital) “está mandando agentes para o Piauí para ameaçar adversários de determinados candidatos e usar dinheiro de assaltos na campanha”.

Para conseguir o apoio de segurança da Força Nacional, o TSE autoriza pedidos feitos pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) de cada Estado para “garantir o livre exercício do voto, a normalidade da votação e da apuração dos resultados”. Os pedidos devem ter uma justificativa que explique “o receio de perturbação dos trabalhos eleitorais”.

R7

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