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Radialista se declarou “pobre” para ser contemplado com um terreno público

As primeiras provas da irregularidade cometida pela administração do ex-prefeito de Pombal, Ugo Ugulino (PMDB), que ficou conhecida por “farra dos terrenos”, onde mais de mil lotes de terras foram doados no final do ano passado, começaram a serem mostradas pela atual gestão, na Imprensa da cidade. A mais recente foi apresentada pela prefeita Polyana […]

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30/03/2009 às 12h28

As primeiras provas da irregularidade cometida pela administração do ex-prefeito de Pombal, Ugo Ugulino (PMDB), que ficou conhecida por “farra dos terrenos”, onde mais de mil lotes de terras foram doados no final do ano passado, começaram a serem mostradas pela atual gestão, na Imprensa da cidade.

A mais recente foi apresentada pela prefeita Polyana Feitosa (PT), em entrevista concedida na última sexta-feira, 27, à uma rádio local, onde ela mostrou que o radialista Bertrand de Assis Chaves, irmão do ex-comandante geral da polícia militar da Paraíba, coronel Kelson Chaves, se declarou “pobre”, para ser beneficiado com um terreno de 400 (quatrocentos) metros quadrados.

Bertrand Chaves, que também é presidente de uma associação de moradores, que controla a rádio comunitária da cidade, declarou em documento, no dia 05 de dezembro de 2007, que possuía uma renda mensal de apenas R$ 500, para sustento de uma família de três pessoas, “afirmando sua expressiva vontade em adquirir o terreno, para poder posteriormente construir sua residência própria”.

Primo e ex-aliado do atual vice-prefeito de Pombal, Geraldinho (PSDB) – ferrenho adversário do ex-prefeito e hoje deputado estadual, Verissinho (PMDB) – o comunicador sempre utilizou os microfones da emissora que comanda, para atacar o parlamentar, mas mudou o discurso quando foi nomeado para o cargo de assessor de imprensa – função de segundo escalão – do ex-prefeito Ugo, aliado do peemedebista, após a morte do ex-prefeito Jairo Feitosa (PT), em setembro de 2007.

No auge da repercussão das doações dos terrenos públicos, no final do ano passado, vazou a informação de que o radialista seria um dos contemplados. Fato negado, na época, pelo próprio e por pessoas ligadas à antiga gestão, que desafiaram a provar o benefício.

O que mais chamou a atenção da prefeita Polyana e de seus assessores foi um “Parecer Social”, assinado por uma Assistente Social do município, declarando “terem veracidade as informações prestadas”, pelo contemplado.

Mas, no mesmo documento é observado que o “beneficiário reafirma o que informou, tendo ciência das penalidades da Lei, por prestar informações inverídicas para acesso a benefício público”.

A petista denunciou que Bertrand possui carro importado e mora no centro da cidade. "A um pobrezinho a prefeitura dava 36 metros quadrados, mas a ele deu 400 metros. Isso não é uma casa”, criticou Polyana.

Fraude
O caso começou a ser denunciado no final de 2008, pelo vereador Edno Dantas (PR), que acusou a prefeitura de fraudar documento público, para fazer as doações.

Segundo o parlamentar, os Termos de Permissão de Uso, eram emitidos com data retroativa a 2007, mesmo tendo sido feitos no ano passado, para que o prefeito não fosse responsabilizado pelo crime eleitoral de fazer doação três meses após o período eleitoral.

Após a repercussão do caso, o promotor Rafael Linhares editou uma Recomendação determinando a anulação das doações e a proibição de quem já havia recebido de iniciar qualquer construção.

Tal ordem ministerial não foi respeitada pela prefeitura, que manteve a “farra”, inclusive até o último dia da gestão de Ugo. Após assumir a administração, a prefeita determinou, através de Decreto, a nulidade de todas as doações.

NALDO SILVA
Da redação do Diário do Sertão
Liberdade FM – Pombal

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