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Sem a presença da SCTrans, Câmara Municipal realizam sessão especial para debater o trânsito de Cajazeiras

O Projeto da Faculdade de Cajazeiras levou à Câmara o resultado de um ano e meio de pesquisas sobre o trânsito da Terra do Padre Rolim. Veja vídeo!

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04/06/2015 às 21h00

Mesmo sem as presenças de secretários municiais, representantes do governo estadual e até de representantes da SCTrans (Superintendência Cajazeirense de Transito), que foram convidados mas não compareceram, a Câmara de Vereadores realizou com sucesso uma sessão especial, na noite desta terça-feira (2), para discutir os problemas que envolvem o trânsito da cidade.

A sessão foi requerida pelo vereador Jucinério Félix após ele receber a proposta de um grupo de professores e alunos da Fafic (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras) que estão realizando estudos sobre o trânsito de Cajazeiras dentro de um projeto de extensão e pesquisa.

O projeto chamado “Relação Socioeducacional Homem e Trânsito na Cidade de Cajazeiras” levou à Câmara o resultado de um ano e meio de pesquisas lideradas pelo professor Oscar Neto e que envolvem alunos dos cursos de Direito e Filosofia.

A preocupação deste núcleo acadêmico acerca do crescente caos que atinge o trânsito da cidade coincidiu com a preocupação de alguns parlamentares, resultando assim em um proveitoso debate que pode ter sido o início de uma batalha para amenizar gradativamente esta situação.

O ponto comum a todos foi a necessidade de incluir estudos sobre o trânsito na grade curricular das escolas do município, como forma de preparar, a partir das crianças, melhores cidadãos para o futuro. Entretanto, todos concordaram também que em curto prazo é preciso que a prefeitura realize obras estruturantes, sobretudo no perímetro urbano e com mais urgência no centro comercial.

As alunas Valderlúcia Gomes (Filosofia) e Michelly Nascimento (Direito) apontaram diversas falhas na mobilidade urbana da cidade e apresentaram projetos educacionais que possam ser implantados de forma contínua para formar melhores motoristas e pedestres, ao mesmo tempo em que conscientiza os que já estão nas ruas.

O programa “Pé na Faixa” seria uma maneira de conscientizar o cidadão, in loco, para o uso correto das faixas de pedestres. Já o programa “Agente de Trânsito Por um Dia” é voltado para crianças do ensino fundamental, cuja ideia é realizar nas escolas pequenos concursos sobre o trânsito, e o vencedor passaria pela experiência de acompanhar o trabalho de um agente de trânsito durante um dia. Por fim, o programa “Cidadão em Trânsito” pretende realizar pequenas palestres sobre o trânsito para motoristas reunidos em pontos de ônibus, táxis e moto-táxis.

“Conscientizar a população não é uma coisa que vai acontecer do dia pra noite. Mas se todo dia a gente plantar uma sementinha, daqui a pouco já estará todo mundo acostumado a ser educado. Esses programas não podem ser uma vez perdida ao ano, devem ser algo rotineiro, para que as pessoas se habituem a isso, principalmente nas escolas, porque estamos educando hoje para colher amanhã”, enfatizou Michelly Nascimento.

Além desses três programas iniciais, elas cobraram mais comprometimento das autoridades públicas em relação à implantação de ciclovias na cidade, que ajudam a desafogar o trânsito e reduzir o número de acidentes.

Cultura do tempo e do espaço
O professor Neto Sobral, que orienta o projeto da Fafic, ressaltou que é preciso mudar a “cultura do tempo e do espaço” nas ruas da cidade, ao mesmo tempo em que se intensifiquem a fiscalização do cumprimento das leis. Segundo ele, a participação efetiva dos parlamentares, como legisladores e representantes do povo, é fundamental.

“O que a gente percebe é que há uma dificuldade de compreensão sobre os espaços do pedestre e do motorista, e de cumprirem as leis que existem. Nosso projeto não é partidário. Nós estamos aqui para dividirmos sugestões dentro dessa casa, que é a representação da democracia da cidade de Cajazeiras. Nós estamos sugerindo, através desse projeto, que haja um relacionamento educacional entre o pedestre e o motorista, porque não existe a cultura do tempo e do espaço. Está faltando diálogo e sugestões que tragam mudanças favoráveis à população.”

Trânsito nas disciplinas escolares
Já o capitão Fernando, do 6º Batalhão da Polícia Militar, propôs a inserção dos estudos sobre o trânsito nas principais disciplinas escolares através do ensino transversal, proposta essa que pode ser acatada em projeto de lei da Câmara.

Mas ele também criticou a forma branda como a prefeitura vem tratando a desordem no trânsito, citando como exemplo os diversos estabelecimentos comerciais que tomam as calçadas e obrigam os pedestres a se arriscarem nas ruas.

“Como é que eu vou cobrar do cidadão a sua obrigatoriedade se o espaço dele está sendo prejudicado? Então que a prefeitura, junto com os órgãos fiscalizadores, comece a disciplinar a todos para obedecerem às leis, para depois começar a cobrar do cidadão as obrigações dele, porque talvez ele não esteja cumprindo porque não tem espaço para cumprir.”

Desafios para três vereadores
Capitão Fernando lançou três desafios a três vereadores, para que sejam cumpridos até o final deste ano. Para Jucinério Félix a missão é selecionar três espaços públicos que estejam necessitando urgentemente de melhorias na mobilidade urbana para que sejam discutidos projetos para esses locais. Lindberg Lira, por sua vez, deve apresentar as melhorias nesses três espaços. Enquanto que o vereador Deuzinho ficou encarregado de realizar campanhas de conscientização entre os moto-taxistas. Os desafios foram prontamente aceitos pelos parlamentares.

No vídeo abaixo, assista à sessão especial com a participação das pessoas já citadas na matéria, além das participações do padre Agripino e dos vereadores Jucinério Félix, Ivanildo Dunga e Lindberg Lira.

DIÁRIO DO SERTÃO

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