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EITA! Respirar poluição engorda e aumenta o colesterol, segundo pesquisa

Ratos de laboratório expostos ao ar de Pequim - um dos mais poluídos do mundo - ganharam mais peso do que os não expostos. Eles também desenvolveram um princípio de diabetes e ficaram com a saúde comprometida

Por Campelo Sousa

11/05/2016 às 12h57

Cientistas da Universidade de Ohio colocaram ratos de laboratório para respirar o ar extremamente poluído (Foto: Reprodução)

Poluição faz tossir, deixa a pele feia, aumenta as chances de se contaminar com doenças infecciosas e, aparentemente, engorda. Pelo menos, é isso que mostra um estudo realizado em Pequim, capital da China, onde em dias realmente ruins a poluição pode atingir 10 vezes a recomendada pela Organização Mundial da Saúde. No experimento, cientistas da Universidade de Ohio colocaram ratos de laboratório para respirar o ar extremamente poluído da capital, e perceberam que o risco de obesidade, o colesterol e a inflamação de tecidos corporais aumentaram depois da experiência.

Os pesquisadores bombearam ar direto da cidade em um quarto vedado, no qual algumas ratas grávidas foram confinadas. Em outro quarto, também com ratas grávidas, eles bombearam ar filtrado, pelo menos dois terços menos poluído. Durante o experimento, as ratas também deram à luz, e os filhotes continuaram nos mesmos quartos que as respectivas mães.

Todas as ratas tinham o mesmo peso, a mesma faixa de colesterol e a mesma raça, e foram alimentadas com as mesmas quantidades de comida durante todo o estudo. Mesmo assim, depois de 19 dias, as que ficaram presas no quarto poluído estavam pesando mais e tinham taxa de colesterol maior do que as do quarto limpo. E tem mais: as expostas à poluição estavam com dificuldades para transformar o açúcar ingerido em energia – um princípio de diabetes -, e apresentavam inflamação nos tecidos corporais – uma resposta natural do corpo à intoxicação.

Quando os filhotes nasceram, os cientistas notaram que, assim como as ratas mães, aqueles que viviam no quarto poluído eram mais gordos que os do outro quarto – e também apresentavam maior resistência à insulina e mais inflamação dos tecidos. Quanto mais os ratinhos respiravam o ar poluído, menos saudáveis eles iam ficando.

Para os cientistas, ainda não ficou claro como a poluição conseguiu afetar tanto assim o metabolismo dos ratos, mas parece que o ar sujo mexe diretamente com o processamento de açúcar e o armazenamento de gordura no corpo. Percebendo que não está conseguindo a quantidade certa de energia, o organismo armazenaria mais gordura para compensar.

Agora, se a poluição faz isso com o corpo de um rato, já pensou o que pode estar fazendo com o seu? Os cientistas imaginaram, e querem continuar estudando os ratos em ambientes poluídos para desenvolver um medicamento que barre, no corpo humano, os efeitos observados.

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