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Depoimento de Emilly Araújo, campeã do BBB17, ‘teve emoção’, conta delegada

Inquérito deve ser finalizado na próxima semana. A delegada Viviane Costa Ferreira que caso serve de alerta para que outras mulheres avaliem e denunciem relacionamentos abusivos.

Por Campelo Sousa

19/04/2017 às 08h21

Ex-BBB Emilly chega para depor sobre caso de agressão (Foto: Antonio Scorza)

Ao entrar no “Big Brother Brasil”, Emilly Araújo não imaginou que seria protagonista de uma história que foi parar na polícia do Rio. A corporação investiga se houve agressão sofrida por ela durante o reality show. Essa surpresa estava aparente durante seu depoimento, que aconteceu na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam-Jacarepaguá), na Zona Oeste do Rio, na segunda-feira (17).

Em entrevista, a delegada Viviane Costa Ferreira contou que Emilly se emocionou ao tratar do tema.

“Teve emoção, ela estava numa delegacia. Outras mulheres ficam da mesma forma. Ela foi pega de surpresa, além disso, envolve um assunto que trata de violência. A emoção é comum quando diz respeito a sentimentos, o que até dificulta que a vítima se identifique e perceba que está em um relacionamento abusivo”, explica a delegada.

Emilly foi prestar esclarecimentos no inquérito que apura se o cirurgião Marcos Harter, também participante do programa, a agrediu durante o tempo em que ficaram juntos dentro da casa. De acordo com a delegada, falta analisar algumas imagens e depoimentos para finalizar o inquérito. A previsão é que aconteça na próxima semana.

“As mulheres deveriam aproveitar que o assunto está na mídia para verificarem se estão em uma relação saudável. Uma a cada três mulheres é vítima de violência doméstica. Fica o meu apelo para as mulheres pensarem se o parceiro tem algum tipo de comportamento agressivo e elas não estão enxergando”, acrescenta.

A delegada ainda sugere que mulheres que estejam passando por situação semelhante compareçam à Deam.

“A violência doméstica, geralmente, ela é gradativa. Começa com um tratar mal, xingamentos, dedo no rosto. Depois aumenta para um empurrão, tapa no rosto, até que as agressões aumentam e acontece a lesão corporal”, reforça.

As investigações vão avaliar se houve crime de lesão corporal no caso de Emilly. Outros tipos de violência, porém, também podem ser caracterizadas como crime.

“Para ser lesão corporal, precisa ter marcas físicas. Mas a violência não é somente quando deixa marca. Xingamentos e dedo no rosto caracterizam violência psíquica”, esclarece.

No dia 12 de abril, Marcos Harter foi à Deam-Jacarepaguá para prestar depoimento. Ele chegou ao local acompanhado da irmã e não deu entrevistas.

Um dia antes, Harter usou a sua conta no Twitter para falar sobre a acusação. O médico alegou que nunca teve a intenção de machucar a estudante, com quem vinha mantendo uma relação amorosa.

Harter foi eliminado do Big Brother Brasil 17 no dia 10. A decisão foi baseada nas regras do reality show, que proíbem agressão física, e nas investigações da Polícia Civil do Rio, que abriu inquérito para apurar se houve lesão corporal quando o médico de 37 anos discutiu com a estudante, de 20, dentro da casa.

O apresentador Tiago Leifert disse que, com a abertura do inquérito, o programa falou com Emilly , pela segunda vez, no confessionário. Em uma primeira conversa, ela não havia denunciado nenhuma agressão física.

“Com base nesse inquérito, tivemos uma nova conversa com a Emily, inclusive com exame médico. Desde o primeiro momento, desde que tudo aconteceu, a Globo agiu firmemente, incansavelmente, a gente envolveu advogados, especialistas, psicólogos. Conversamos muito para tomar uma decisão correta, justa. Na conversa de hoje, ficaram comprovados indícios de agressões físicas. No BBB, agressão gera expulsão, e a decisão foi tomada: o Marcos está eliminado do BBB 17”, explicou.

Emilly foi a campeã da 17ª edição do programa, que chegou ao fim na quinta-feira (13). Ela disputou a final ao lado das participantes Ieda e Vivian e ganhou R$ 1,5 milhão.

G1

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