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Padre defende pedófilos ao dizer que jovens ‘seduzem’ seus agressores

Para padre franciscano, agressores não deveriam ser presos, pois não cometeram crimes

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13/10/2015 às 06h50

Algumas crianças são vítimas de pedofilia por terem "seduzido" seus agressores. Essa é a opinião do padre franciscano norte-americano Bernard Groeschel, de Nova York, que escreveu um artigo chocante no site da revista católica NCR (National Catholic Register), colocado no ar na última segunda-feira (27/08) e retirado pouco depois. A publicação se desculpou em seguida, admitindo um erro editorial. Em razão da revolta causada por suas declarações, e do pedido de retratação da revista, Groeschel voltou atrás em suas declarações.

O padre, de 79 anos, afirmou que quando se pensa em um pedófilo, “as pessoas normalmente imaginam uma pessoa que planejou seus atos, um psicopata. (…) Mas não é o caso. Imaginem um homem que se encontra em plena depressão nervosa e um jovem chega para consolá-lo. Em muitos desses casos, o jovem é que é o sedutor”, diz o franciscano. “As crianças vêm, muitas vezes, procurar uma relação romântica, e não relações sexuais”.

Groeschel defendeu que os padres católicos não deveriam ser presos caso fossem descobertos desde que não repetissem seus atos, “porque a intenção deles não era de cometer um crime”.

O franciscano chegou a citar um caso específico, de um ex-treinador de um time de futebol americano, defendendo Jerry Sandusky, acusado por uma série de abusos contra menores de idade, e que pode ser condenado à prisão perpétua. Para ele, trata-se de um “pobre homem”.

Pedido de desculpas

A redatora-chefe da NCR, Jeanette de Melo, pediu desculpas pela publicação do artigo, afirmando que, devido ao passado de Groeschel, seu artigo foi ao ar sem uma edição apropriada. “Abuso infantil é indesculpável. Os editores da NCR se desculpam por publicar sem a devida clarificação ou questionamento as declarações do Padre Bernard Groeschel, que pareciam sugerir que as crianças são, de alguma forma, responsáveis pelos abusos. Nada é mais fora da verdade”. Segundo Melo, a revista exigiu a retratação do padre.

Groeschel, por sua vez, pediu desculpas e disse que “nunca foi sua intenção duvidar das vítimas (…) Um padre que abusar de uma criança será sempre responsável. Meu espírito e minha forma de me expressar não são tão claras quanto já foram no passado. `Passei minha vida toda ajudando no melhor que pude. Me desculpo sinceramente por todo o mal que eu possa ter causado por minhas opiniões”.

Jornal GGN

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