header top bar

section content

Paraibano protagonista aos 19, Petrúcio projeta 400m como especialidade em Tóquio

De São José do Brejo do Cruz aos Jogos do Rio, paraibano fatura três pódios e quebra dois recordes mundiais, mas se vê em evolução e defende Terezinha e Alan.

Por Priscila Belmont

19/09/2016 às 17h17

Petrúcio Ferreira faz o símbolo do Raio, em homenagem a Bolt, após prata nos 400m (Foto: Reuters)

Petrúcio Ferreira saiu da pequena cidade de São José do Brejo do Cruz, no interior da Paraíba, e ganhou o mundo. Só conheceu o atletismo nos Jogos de Londres 2012 e, inspirado pelas conquistas de Yohansson Nascimento, iniciou no esporte há dois anos e meio.

A explosão das arrancadas no futsal ajudaram a moldar o velocista, que deixou a família no sertão para tentar a sorte em João Pessoa. Em sua estreia em Paralimpíadas, no Rio, Petrúcio quebrou dois recordes mundiais nos 100m T47, melhorando a marca em dez centésimos com o tempo de 10s57 na final da prova mais nobre do atletismo. Alçado ao posto de fenômeno, aos 19 anos, o paraibano encerrou a sua campanha com três medalhas e terminou como um dos protagonistas, à frente de nomes como Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina, com desempenho abaixo do esperado.

Petrúcio foi ao topo do pódio nos 100m na pista batizada por Bolt e ainda ficou com a prata no revezamento 4x100m e nos 400m, que pode tornar-se uma de suas especialidades em Tóquio 2020. Na prova derradeira, ele estava em último até o fim, quando acelerou nos 150m finais e cruzou a linha de chegada em segundo lugar, atrás apenas do cubano Ernesto Blaco.

O Brasil soma no atletismo 32 medalhas, sendo oito ouros (sete conquistadas por jovens), 14 pratas e oito bronzes. O número poderia ter sido maior, se nomes como Alan Fonteles fossem além na competição. O paraense de 24 anos por pouco não saiu de mãos vazias do Rio, quatro anos após assombrar o mundo com a vitória sobre o sul-africano Oscar Pistorius na final dos 200m T44, em Londres 2012. Alan não passou das eliminatórias de suas provas individuais (100m e 200m), contudo, se despediu com a prata no revezamento 4x100m.

Terezinha, por sua vez, chegou nos Jogos com seis medalhas paralímpicas (três ouros, uma prata e dois bronzes) e os recordes mundiais nos 100m e 200m T11. Aos 37, a mineira de Esmeraldas foi desclassificada de duas provas e só levou uma medalha individual: o bronze nos 400m.

Os feitos do paraibano são uma redenção, após a frustração pela ausência no Mundial de Doha, no ano passado, quando uma lesão no músculo posterior da coxa direita o impediu de competir. Em dois anos, Petrúcio teve uma ascensão meteórica e só teve a trajetória nas pistas interrompida em Doha, três meses depois do Parapan.

O recorde paralímpico nos 100m não era quebrado há 24 anos, desde a marca obtida pelo nigeriano Adeoye Ajibola (10s72) em Barcelona 1992. Para o paraibano, este é apenas o começo, afinal, ele se considera no “nível básico” do processo de lapidação. E acredita que outro ciclo, completo, poderá ir ainda mais longe.

G1

Recomendado pelo Google: