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Fase da Libertadores testa poder econômico dos clube brasileiros

Mesmo que se unissem, em vez de se enfrentarem, certamente as equipes não conseguiriam rivalizar com o Real Madrid no aspecto financeiro

Por Priscila Belmont

03/07/2017 às 08h36

© PixaBay

Os 16 times que seguem na briga pelo título da Copa Libertadores começam a fase de oitavas de final nesta semana. O primeiro brasileiro a entrar em campo será o Grêmio, que nesta terça-feira enfrenta o Godoy Cruz, às 19h15 (de Brasília), em Mendoza, na Argentina. A luta vai durar até a decisão do título, marcada para o final de novembro. Quem ficar com o troféu leva a vaga no Mundial de Clubes da Fifa, torneio que o gigante europeu Real Madrid já tem a presença garantida.

Mesmo que se unissem, em vez de se enfrentarem, certamente as equipes não conseguiriam rivalizar com o Real Madrid no aspecto financeiro. O clube espanhol e o possível oponente dos sul-americanos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tem elenco mais valioso do que a soma de todos os plantéis dos participantes desta fase da Libertadores.

Segundo o site português TransferMarkt, especializado em transferências de atletas, o atual vencedor da Liga dos Campeões da Europa tem um valor de mercado do seu elenco avaliado em torno de incríveis R$ 3 bilhões. Já os 16 melhores times da América do Sul, somados, atingem pouco mais da metade desta cifra: R$ 1,9 bilhão.

O abismo de forças entre os continentes é o desafio para os clubes da América do Sul extrapolarem o domínio local e voltarem a conquistar o mundo. A Europa, com elencos renomados e contratações de peso, tem dominado a disputa do Mundial de Clubes da Fifa nas edições recentes. A vitória do Corinthians, em 2012, sobre o Chelsea, no Japão, foi a última vez em que o vencedor da Liga dos Campeões foi superado.

A possibilidade de recrutar craques com contratações caríssimas ajuda a explicar a distorção de valores entre os continentes de maior tradição no futebol. Apenas como exemplo, o português Cristiano Ronaldo vale, sozinho, R$ 368 milhões, mais do que qualquer uma das 16 equipes da Libertadores.

Se algum dos mais fortes times sul-americanos quiser ter o valor de mercado similar a alguma das estrelas do Real Madrid, terá que ser menos exigente. Até mesmo a segunda peça mais valiosa do clube espanhol, o galês Gareth Bale, tem valor de mercado superior ao elenco mais caro da Libertadores. São R$ 295 milhões ante R$ 269 milhões do River Plate.

As equipes brasileiras mais valiosas, Atlético Mineiro e Palmeiras, respectivamente, têm como paralelo mais próximo no elenco merengue dois outros titulares. O alemão Toni Kroos é o de valor mais próximo dos mineiros, enquanto que o francês Benzema é quem mais rivaliza com o atual campeão brasileiro, apesar dos mais de 10 reforços contratados para este ano.

“Não é desmerecer ninguém, mas em qualquer confronto, competir entre equipes sul-americanas e enfrentar equipes europeias há uma diferença imensa”, disse o técnico colombiano Juan Carlos Osorio, ex-São Paulo e atualmente treinador do México.

A diferença financeira tem se refletido em um abismo técnico nos confrontos. Atualmente, o sonho do título mundial para os clubes da América do Sul é uma expectativa quase ingrata, pela qualidade dos adversários europeus. O retrospecto histórico nos últimos anos, inclusive, se inverteu. Antes, os encontros eram mais parelhos.

Durante a realização da Copa Intercontinental, entre 1960 e 2004, os times da América do Sul levaram a melhor, com 22 títulos, um a mais do que os europeus. Mas desde o início do Mundial feito pela Fifa, com a primeira edição em 2000, o equilíbrio acabou. O placar nesse novo formato está 9 a 4 para o velho continente.

POTÊNCIA LOCAL – No âmbito sul-americano, os clubes brasileiros estão em outro patamar na comparação aos demais países do continente, exceto a Argentina. As duas surpresas nestas oitavas de final são os bolivianos Jorge Wilstermann e The Strongest. Cada um dos elencos tem valor de mercado que equivale a cerca de 10% dos plantéis brasileiros.

O Jorge Wilstermann fará contra o Atlético Mineiro, nas oitavas de final, o confronto mais desequilibrado em temos de mercado. Todo o elenco boliviano soma cerca de R$ 13 milhões, número próximo à avaliação do TransferMarkt do valor do volante Adilson. “O futebol boliviano não se compara ao brasileiro em termos financeiros, assim como é a relação entre Brasil e Europa. Há uma grande diferença”, explicou o zagueiro brasileiro Alex Silva, ex-São Paulo, que atua no Jorge Wilstermann.

O São Paulo contratou meses atrás o meia Thomaz, que jogava no time boliviano, por um valor irrisório para os padrões nacionais. O clube precisou pagar a multa rescisória, orçada em apenas R$ 250 mil.

O adversário do Palmeiras, o Barcelona, do Equador, trata com reverência o confronto. As mídias sociais do clube consideram o jogo de ida como a visita do “Colosso das Américas”, assim como o presidente do clube, Francisco Cevallos, demonstrou respeito. “O Palmeiras é uma potência. É o atual campeão brasileiro, um participante assíduo da Libertadores e que tem jogadores de seleção no elenco”, disse em entrevista coletiva na última semana. Com informações do Estadão Conteúdo.

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