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Pe. Djacy libera consumo de carne na Semana Santa

Em meio há tantas desgraças mundial, o padre Djacy Brasileiro, da Paróquia de Santa Cruz-Paraíba, defendeu que não há sentido em obrigar aqueles com menor poder aquisitivo a consumir peixe, bacalhau, ou outros produtos do gênero, durante a Semana Santa. “vejo que não nenhum problema os pobres comerem carne, trata-se de uma tradição, o mais […]

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24/03/2009 às 00h37

Em meio há tantas desgraças mundial, o padre Djacy Brasileiro, da Paróquia de Santa Cruz-Paraíba, defendeu que não há sentido em obrigar aqueles com menor poder aquisitivo a consumir peixe, bacalhau, ou outros produtos do gênero, durante a Semana Santa. “vejo que não nenhum problema os pobres comerem carne, trata-se de uma tradição, o mais importante é viver a partilha, a caridade, o amor, a solidariedade e a paz". Disse.

Segundo o padre Djacy, “ jejuar por jejuar não tem sentido, o jejum só tem sentido se for acompanhado por gesto concreto de partilha e de amor”. O sacerdote frisou ainda, que não tem sentido jejuar e não assumir a fé no contexto histórico no qual está inserido.

O reverendo afirmou que a igreja observa o contexto histórico, onde a fome, o desemprego, a violência, a miséria, a exclusão social, a injustiça social, isso sim não é atitude de cristão.

Para o evangelho e a igreja o jejum tem que vir acompanhado de atitudes cristãs, atitudes de conversão, de amor incondicional a todos e a todas, mas de modo bem particular aos pobres. " Nosso Senhor disse: “amai-vos uns aos outros”. Infelizmente, hoje, a Semana Santa tornou-se para muita gente um feriadão, uma semana de lazer, de bebedeira, e o peixe tornou-se artigo de luxo, os pobres não podem nem comprar"

Segundo o padre, comer peixe é uma tradição da igreja , mas a vida está acima da tradição, mais do que se preocupar com o peixe na semana Santa, os católicos deveriam se preocupar com os valores éticos, morais e cristãos, que estão sendo relativizados e ignorados.

"Eu digo quem quiser comer carne na Semana Santa pode, mas não esqueça que acima de comer carne ou peixe, está a conversão, o amor, o perdão, a solidariedade, a partilha e o sentimento cristão de justiça." Frisou Padre Djacy.

" Nesta sociedade da cultura de morte, é preciso que levemos a sério o evangelho e assumamos nossa fé de forma libertadora. A fé tem quer ser historicizada, encarnada na vida de um povo que clama pungentemente por dignidade, justiça, paz, inclusão social. Se assim não o fizermos, estaremos sendo hipócritas, fariseus, e caminhando na contramão do reino de Deus"

O padre é um dos defensores dos mais humildes e dos marginalizados e lutador pela transposição do São Francisco no nordeste brasileiro.

“A carne está liberada, desde que seja a única opção que a pessoa tenha na quaresma. Neste período, como recomendação principal do jejum praticado pelos católicos está a privação do consumo da carne, mas não adianta se privar disso e cometer outros pecados. Não adianta uma comunidade carente que não tem o que comer deixar se alimentar com carne ou frango. As pessoas devem comer o que está ao seu alcance”, comentou a assessoria de imprensa da Arquidiocese da Paraíba.

JOSELITO FEITOSA
Da Redação do Diário do Sertão

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