header top bar

section content

E AGORA? Atividades físicas não ajudam na perda de peso, diz estudo

Aumentar o tempo gasto na prática de atividades físicas não é suficiente para compensar os danos de uma alimentação altamente calórica.

Por Campelo Sousa

18/02/2017 às 09h13

Algumas das pessoas que praticaram mais exercício do que outras, ao longo do estudo, ganharam peso, enquanto os que exerceram menos esforço perderam. (Foto: Thinkstock/VEJA/VEJA)

Exercícios físicos, sem o acompanhamento de uma dieta equilibrada, não são suficientes para ajudar as pessoas a perder ou, até mesmo, a manter peso. É o que revela o estudo publicado recentemente no jornal PeerJ. Foram examinadas mais de 1.900 pessoas nos Estados Unidos, Gana, África do Sul, Jamaica e nas ilhas Seychelles, no Oceano Índico. Os participantes foram induzidos a usar dispositivos rastreadores por uma semana para medir quanto tempo passavam praticando exercícios.

Os dados coletados foram utilizados para descobrir se as pessoas cumpririam as diretrizes recomendadas pelo serviço público de saúde norte-americano, que sugerem, pelo menos, duas horas e meia de exercícios físicos, por semana, em ritmo moderado. Também foram testados peso, altura e massa corporal dos participantes no início do estudo, após um ano e novamente ao completar dois anos.

A princípio, os participantes de Gana, em média, pesavam menos, e os norte-americanos pesavam mais. O peso médio de homens e mulheres de Gana era 63kg, enquanto o de homens e mulheres dos Estados Unidos era 92kg. Ao final do levantamento, os pesquisadores descobriram que aqueles que atingiram a meta de atividade física recomendada tinham maior tendência em ganhar peso do que aqueles que não haviam seguido.

Porém, esse resultado não se aplica somente aos norte-americanos. Os pesquisadores observaram o mesmo padrão em pessoas de cada um dos cinco países analisados. Os novos resultados vieram para confrontar a ideia de que a obesidade, já epidêmica nos Estados Unidos, é causada pela falta de atividade física.

“O que realmente precisamos analisar é o que as pessoas estão comendo”, disse a autora do projeto, Lara Dugas, da Escola de Medicina da Universidade Loyola de Chicago, ao site Live Science. Pesquisas anteriores costumavam associar o risco de obesidade com o consumo de alimentos ricos em calorias e açúcares. Já o recente estudo mostra que o tempo gasto na prática de atividades físicas, para compensar os danos da alimentação, não são tão eficazes.

Não é inteiramente claro por que a atividade física não surte efeito no emagrecimento, ou até mesmo sua ligação com o ganho de peso. “A hipótese é que, porque o exercício tende a aumentar o apetite, ele pode fazer com que as pessoas comam mais do que o normal”, explica Dugas. “Ainda assim, os resultados do estudo certamente não significam que as pessoas devem parar de se exercitar. A prática tem muitos outros benefícios à saúde”.

Pessoas que se exercitam regularmente têm um risco reduzido de doenças cardíacas, diabetes e câncer em comparação com pessoas sedentárias. Além disso, a atividade física tem sido associada, até mesmo, com a melhora da saúde mental e a longevidade.

Veja

Recomendado pelo Google: