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Chuvas estão abaixo da média no Sertão. Próximos três meses devem gerar no máximo 500 mm. Confira aqui

Neste cenário, toda cadeia produtiva que depende das chuvas para sobreviver tende a ser afetada explicou o presidente da (Fetag-PB), Liberalino Lucena.

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01/02/2014 às 11h08

Coqueiros estão morrendo com a falta d'água nos Nlúcleos Habitacionais em Sousa

O Sertão paraibano deve enfrentar mais um inverno de baixo volume de chuvas, segundo perspectivas de institutos meteorológicos do país. A previsão preocupa produtores do semiárido do Estado. De acordo com o estudo do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), os próximos três meses devem gerar, no máximo, 500 mm de chuvas na Região, com 35% de probabilidade de volume abaixo desta média.

A mesma estimativa é usada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que prevê 40% de probabilidade de chuvas dentro da normalidade (500mm) e 35% de chuvas abaixo das expectativas. Para o diretor presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, os produtores locais estão preocupados com as projeções. “Nós estamos em um momento de expectativa. Tivemos três anos seguidos de seca e para 2014 as perspectivas não são boas, então a preocupação é grande”.

A projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgada em janeiro, é de apenas 52 mil toneladas de grãos para este ano, 12% a mais do que 2013 (46 mil t), mas considerada ainda muito baixa ou longe da média de inverno regular no Estado (que vai de 150 mil a 200 mil toneladas).

De acordo com Mário Borba, o atual cenário vem desanimando muitos produtores do semiárido paraibano. “Muita gente perdeu tudo o que tinha nesses últimos anos. O inverno deste ano estava sendo esperado como um período de recuperação. A esperança era de refazer a produção, pois o setor está praticamente quebrado, mas com essas previsões devemos ter mais um ano difícil”.

Na avaliação do diretor presidente da Faepa, além das condições climáticas, o que dificulta a recuperação do setor é o modelo falho de políticas públicas voltadas para o produtor do semiárido nordestino. “Vivemos num país de dimensões continentais, com realidades completamente diferentes entre as regiões. Acontece que o produtor do semiárido nordestino tem o mesmo tratamento que o produtor do Rio Grande do Sul. Isso está errado, o governo federal tem que entender que são realidades diferentes e os incentivos também deveriam ser”, disse Mário Borba.

Enquanto o tratamento diferenciado não chega, as produções no interior do Nordeste são castigadas ano após ano, segundo relatou o representante da Faepa. “O governo anuncia custeios emergenciais, prorrogação do teto, políticas de crédito, mas nada disso é aplicado e isso não resolve nosso problema”.

Neste cenário, toda cadeia produtiva que depende das chuvas para sobreviver tende a ser afetada, explicou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba (Fetag-PB), Liberalino Lucena.

“Tivemos dois anos das piores secas na Paraíba. Os mananciais que atendem o semiárido estão com volume de água em 30% abaixo do esperado, para se ter ideia da nossa emergência. 50% do rebanho foi perdido, quase não há emprego no interior, o homem da roça não está conseguindo sobreviver”.

DIÁRIO DO SERTÃO com informações do Jornal da Paraíba

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