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Médico de Cajazeiras teme pelo fim do Mais Médicos se houver impeachment de Dilma

Henrique Gonçalves coordena a Residência Médica do curso de Medicina da UFCG de Cajazeiras e também é conhecido pelo seu engajamento social

Por Jocivan Pinheiro

19/04/2016 às 14h39 • atualizado em 19/04/2016 às 18h02

A Câmara de Vereadores de Cajazeiras discute nesta terça-feira (19), em sessão especial, a importância do programa federal Mais Médicos para o Brasil e, principalmente, para o Alto Sertão paraibano. Convidado para fazer parte do debate, o médico e professor Henrique Gonçalves, que é coordenador da Residência Médica do curso de Medicina no campi da UFCG em Cajazeiras, conversou com a TV Diário do Sertão e antecipou sua opinião sobre o polêmico programa.

Henrique Gonçalves é coordenador da Residência Médica do curso de Medicina da UFCG de Cajazeiras

Henrique é também conhecido pelo seu engajamento social em Cajazeiras. Estando envolvido diretamente com grupos sociais organizados e com as minorias mais oprimidas, ele conta que tem percebido as mudanças, ainda que sutis, provocadas pelo Mais Médicos, sobretudo nas periferias e comunidades rurais. Não a toa que defende a permanência do programa e teme que o Mais Médicos e outras políticas públicas implantadas nos governos Lula e Dilma sejam extintos se as bancadas de Direita da Câmara e do Senado assumirem o poder com o impeachment da presidente.

– Não é especulação. Isso se baseia, inclusive, no que a Fundação Ulysses Guimarães, que é vinculada ao PMDB, escreveu no segundo semestre de 2015: esse plano Uma Ponte Para o Futuro, conhecido também como “Plano Temer”, em que lá está colocada com todas as letras, entre outras coisas, a desvinculação de receitas obrigatórias que são constitucionalmente destinadas a políticas públicas – alerta o professor.

Implantado há três anos, o programa Mais Médicos sofreu forte oposição de parte da comunidade médica do país, que alega estar sendo desvalorizada pelo governo e perdendo vaga de trabalho para os profissionais estrangeiros. No entanto, o professor Henrique desconstrói essa justificativa afirmando que antes do Mais Médicos, muitos profissionais de medicina no Brasil acumulavam postos de trabalho e sequer davam conta de todos eles.

– Desconheço qualquer médico que tenha ficado desempregado nesses últimos três anos por conta do programa Mais Médicos. Em regiões como a nossa, pelo contrário, o habitual era que colegas médicos tivessem cinco, seis, sete vínculos sem cumprir carga-horária, decorrentes da escassez de médicos. É uma argumentação que não encontra respaldo na realidade.

Henrique ressalta a importância de o Poder Legislativo cajazeirense levantar essa questão e dialogar com a sociedade civil organizada e com o povo.

– Essa sessão especial é relevante considerando o contexto que nós vivemos, em que a crise política ensejada em torno do impeachment absolutamente questionável da presidente, enseja também riscos à manutenção do programa. É importante que uma sessão como essa ocorra até para nós firmarmos nossa posição em defesa da manutenção do mesmo, independente de qual seja o desfecho dessa crise política que nós estamos vivenciando hoje no Brasil.

DIÁRIO DO SERTÃO

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