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Francisco Cartaxo

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Academia Cajazeirense de Artes e Letras

03/12/2018 às 07h13

Há quem não acredite na Academia Cajazeirense de Artes e Letras, tanto tempo faz que ela foi criada. Quero dizer, existe quem não faça fé na sua concretização, no efetivo funcionamento. Ano passado, ela foi comparada a um fantasma. Coisa de intelectual é assim mesmo, demorado, cheio de ziguezague. Veja o exemplo da Academia Paraibana de Letras. Levou 27 anos para ser instalada! Criada em 1914, funcionou de fato a partir de 1941! E assim mesmo porque Coriolano de Medeiros, um dos pioneiros, deu um muro na mesa, chamou um grupo de amigos que alimentavam a ideia de fundar a Academia para uma reunião na Biblioteca Pública, como narrou Celso Mariz:

Quando somávamos dez, Coriolano sentou-se no centro da mesa grande e declarou que passávamos a constituir a Academia Paraibana de Letras, nada havendo a discutir. Nomeou comissão para redigir os Estatutos e tudo surgiu com pressa em ordem até o fim.

Isso foi na época do Estado Novo.

A congênere cajazeirense ainda não tem 20 anos de espera, desde que Edme Tavares teve a ideia, na euforia das festividades de comemoração do bicentenário do padre Inácio de Sousa Rolim. A ideia tomou corpo, houve até sessão solene de fundação, com discurso, ata e tudo. Passada a euforia, a planta murchou. Definhou, mas não morreu. Ano passado, um grupo começou a regá-la. Agora, está aí com galhos em broto. Não tardará a produzir frutos, sem esquecer ou desprezar o esforço antigo. Como assim? Aquela ação pioneira foi incorporada em ata, como registro histórico do evento ocorrido, em 22 de agosto do ano de 2000, no antigo CEFET, hoje, Instituto Federal da Paraíba. Portanto, o marco inicial da Academia foi resguardado, por meio do justo e merecido reconhecimento formal à iniciativa e a seus idealizadores. Por descaminho do destino, a ata, preparada por este cronista, escafedeu-se!
Escafedeu-se para sempre.

Agora está tudo documentado, devidamente registrado no Cartório Dimas Andriola-do 1º Ofício. Lá estão os nomes dos primeiros patronos sugeridos em 2000 e outros, acrescentados, já este ano, em sessão realizada no Casarão da Cultura, no dia 26 de maio de 2018. Desse modo, nomes como os dos saudosos Deusdedit Leitão, Edme Tavares, João Rolim da Cunha, então atuantes personagens cajazeirenses, passaram a figurar agora como patronos da Academia, ao lado das figuras emblemáticas do padre Inácio Rolim, Ivan Bichara Sobreira e Cristiano Cartaxo. A propósito, a agremiação foi rebatizada como Academia Cajazeirense de Artes e Letras (ACAL). Por quê? Ora, numa terra que se orgulha de suas manifestações culturais no teatro, no cinema, na música, na dança, nas artes plásticas, tanto quanto na poesia e na prosa, nada mais justo e correto do que figurar no nome da entidade o simbólico e representativo termo Artes.
A ACAL está viva, portanto.

Viva graças a um grupo de abnegados, sintonizados com o clima favorável que predomina hoje em Cajazeiras e na Ribeira do Rio do Peixe. A Rota do Sol – Roteiro Cultural no Alto Sertão Paraibano é um exemplo destacado da efervescência cultural diversificada de nossa terra. Em breve o secretário de cultura de Cajazeiras, Ubiratan de Assis, deve anunciar as próximas etapas da caminhada da ACAL, que conta, para a formatação a ser apresentada para discussão ampliada, com a colaboração de vários intelectuais, entre os quais cito o incansável professor Francelino Soares.

Mas, afinal o que é mesmo essa ACAL? Logo, logo a gente bate esse papo.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim foi secretário de planejamento do governo de Ivan Bichara, secretário-adjunto da fazenda de Pernambuco – governo de Miguel Arraes. É escritor, filiado à UBE/PE e membro-fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL. Autor de, entre outros livros, Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero.

Contato: [email protected]

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