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Abraão Vitoriano

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Ela é ele

04/08/2017 às 19h30

Personagem “Ivana”, interpretada pela atriz Carol Duarte, na novela das nove “A Força do Querer”

O tema deve ser “novo” para muitos, sobretudo, agora, depois da repercussão da personagem “Ivana”, interpretada pela atriz Carol Duarte, na novela das nove “A Força do Querer”, escrita por Glória Perez. Sim, estamos a falar sobre a identidade de gênero, um assunto que vem ganhado espaço em rodas de conversa e na mídia de um modo geral.

Mas, afinal de contas, como alguém pode nascer em um corpo e se identificar com outra forma de ser que não corresponda à sua “origem”? Como uma mulher, com expressões masculinas, pode se sentir atraída por um homem, no caso, logo ela não seria lésbica? De uma vez por todas, o que a novela busca enredar?

Primeiro, a sexualidade refere-se a um conteúdo complexo, o qual não se restringe a uma ordem pré-estabelecida socialmente, a citar: “aquilo esperam de você”. Depois, nós nascemos com um sexo biológico (macho, fêmea ou intersexual – dois sexos) que não determina a maneira como nos enxergamos no espelho (nossa identidade) e nem define o nosso desejo/orientação sexual (hétero, homo, bi). Em relação à personagem, ela veio ao mundo no corpo de uma “menina”, mas sente-se com um “menino” e tem atração também por rapazes, isto a torna um “homem trans homossexual”, ficou claro?

A problematização concentra-se exatamente na quebra de estereótipos em acreditar, por exemplo, que um sujeito por ser delicado e sutil “enquadra-se” como homossexual. Ledo engano, não é porque você tem uma identidade de gênero mais masculina ou feminina ou até mesmo andrógina (em trânsito entre as duas primeiras) que esta realidade manifestará a sua orientação sexual, inclusive, existem pessoas “assexuadadas”, as quais não exprimem “interesse” por nenhum dos sexos. E depois, o seu gosto/desejo pode mudar ao longo do tempo e você que, antes era hétero, passar a ser “bi”. Não há nada de “errado” nisso. São trocas, são vivências, são descobertas.

Ivana é um contraponto nesta sociedade repleta de generalizações e preconceitos. Ela reluta, a princípio, em encarar uma realidade bem mais comum do que imaginamos: a transsexualidade. Então, não cometa esse equívoco de “encaixotar” pessoas. Vibre com as cores. Cante Lulu: “consideramos justa toda forma de amor”.

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

Contato: [email protected]

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

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