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Maria do Carmo

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Uma fantástica viagem a Cachoeira dos Índios

26/12/2017 às 16h32

Atendimento na policlínica de Cachoeira dos Índios

No alto sertão da Paraíba, fronteira com o estado do Ceará está localizado o município de Cachoeira dos Índios ocupando uma área de 173 km² a 500 km de João Pessoa, capital do estado. É um município que tem o ponto extremo oeste da Paraíba precisamente na Serra da Areia,sendo que no leste do estado se encontra Ponta do Seixas na zona litorânea precisamente na capital. Segundo a história, tudo começou no ano de 1905 quando Manoel Cândido de Oliveira e Maria Cândido de Oliveira natural de Antenor Navarro atual cidade de São João do Rio do Peixe, compraram esta parte de terra coberta de mata ainda não explorada cuja medida no linguajar demográfico de outrora é de 1.200 tarefas situada próxima do Serrote do Coati.

Nos estudos da climatologia, o município de Cachoeira dos Índios tem um clima tropical e semi-árido caracterizado por um clima quente e seco, entretanto,no período invernoso é maravilhoso a visualização da paisagem de diversas tonalidades verdejantes, cuja vegetação exibe o seu charme natural. São cenas passageiras que logo desaparecem com o chegar do verão, onde o que era verde,passa a ser um cenário cinzento, porém o descampado proporciona a visão de localidades longínquas; são as serras construídas através do processo de erosão que o arquiteto do universo preparou para enfeitar a geografia física do município cachoeirense.

A mágica das serras através das chapadas, depressões e morros constituem um conjunto harmonioso e diversificado caracterizadores das Serras do Bom Sucesso,Marimbas e São Joaquim e o exuberante Serrote do Cotai, principal referência histórica da localização do município de Cachoeira dos Índios. O clima lendário da Grécia antiga também existe nos ares cachoeirense, exatamente no Serrote do Coati. As histórias de um reinado encantado contadas pelos ao mais vividos do lugar: há quem diga que se ouvião cantar do galo nas madrugadas, o barulho de chocalhos; outros até diziam que havia sonhado com uma princesa e a famosa Pedra da Moça. Não se pode provar a verdade, mas são enigmas que o município foi presenteado como marca cultural popular que deve ser preservada.

Ainda no Serrote do Coati,existem grandes rochas de formatos retangulares enfileiradas como se fossem casas com fachadas de alvenarias, próprias das residências urbanas, ou muro cuja arquitetura tem gigantescas fendas formando quadros grandiosos de baixo e alto relevo do reinado encantado. Qual foi o engenheiro desta construção natural? Foi o rei ou a rainha?Há quem lembra que nos bons invernos, no ponto mais alto do Serrote do Coati exibia em meio ao verde da mata, um grande rochedo onde as águas escorriam e os reflexos solares nas horas claras do dia formavam um lençol prateado nas alturas do Coati.

É neste solo quente, às vezes esfriado pelas águas do Rio São José que vive uma população de aproximadamente 7.834 habitantes (Censo demográfico -2000),é um povo que através dos malabarismos mostra a arte de viver com dignidade, é uma gente inteligente, participativa que cresce, que aprende e faz perpetuar a tradição folclórica enobrecendo a história e a cultura do lugar. Quem já assistiu às apresentações das bandas cabaçais, o glamour e os compassos ritmados das quadrilhas juninas, as cantorias de violas que quebram o silêncio da noite com as vozes dos artistas da região? E as procissões dos santos padroeiros do lugar e os eventos de outros segmentos propagadores da fé e a crença em Deus?

Caatingueira, assim batizada devido a presença da vegetação de caatinga (cactos, juremas e catingueira) era o povoado que a partir do ano de 1905 se desenvolvia através do cultivo de produtos agrícolas típicos da região que impulsionaram o desmembramento do município de Cajazeiras sem contar também com os esforços de um dos filhos dos fundadores do lugar Antonio Cândido de Oliveira – Capitão Cajazeiras, homem de larga visão política.

Aconteceram paralelamente dois fatos importantes na história do município: um foi a emancipação política sendo elevada à categoria de cidade e município do estado da Paraíba oficializado através do Decreto-Lei Nº 2.688/61 no dia de 26 de Dezembro de 1961; o outro foi o nome Caatingueira ser substituído por Cachoeira dos Índios uma vez oficializada a emancipação, não poderia existir no estado dois municípios com o mesmo nome visto vez que já existia na região do Piancó um município com o nome de Catingueira.
A denominação “Cachoeira dos Índios” tem raízes na constatação de muitos objetos indígenas encontrados em várias localidades do município; o que não seria estranho porque Cachoeira dos Índios é um pedacinho do Brasil lugar dos habitantes indígenas.A existência das ”cachoeiras” nas serras do Tambor,São Joaquim, Marimbas e Bom Sucesso comprovam a originalidade do nome.Das belas cachoeiras, surgem os córregos e riachos fazendo curvas entre a vegetação, nas profundas área do solo cachoeirense deságuam onde se concentra os valiosos mananciais que abastecem o município.

Hoje, ao descer a ladeira de “Antonio Leite”, de saudosa memória, avista-se a cidade numa baixada do terreno cachoeirense. Entre os telhados das residências, aparece o verde das plantações nos quintais e praças. Nos domingos, pela manhã, a praça padre Cícero ganha o cenário especial, onde os comerciantes erguem suas barracas com confecções, frutas e outros gêneros, cujos coloridos enfeitam o ambiente enquanto os vendedores faturam as suas mercadorias: tudo com a proteção do Padre Cícero Romão Batista e à noite, as silenciosas ruas hospedam os ventos vindos do Aracati.

É um município de um povo pacato, esperançoso e entusiasmado no que faz. No dia 26 de Dezembro é o aniversário de independência política do município.Orações para quem lutou por honroso pleito, alegrias para os cachoeirenses de hoje. Parabéns “Cachoeira” pelos seus 56 anos de emancipação política.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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