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Após morte de bebês CRM faz interdição ética de médicos e MPPB deve encaminhar o caso para investigação

De acordo com o Conselho Regional de Medicina, um possível surto de infecção bacteriana de alta resistência matou três bebês em apenas 24 horas, no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea).

Por Juliana Santos

18/11/2020 às 20h49 • atualizado em 18/11/2020 às 21h07

Isea sofre com superlotação constante e sucateamento, diz CRM. (Foto: Divulgação CRM)

Após a fiscalização do Conselho Regional de Medicina (CRM), nessa terça-feira (17), ao Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, no Agreste paraibano, foi feita a interdição ética da unidade de terapia intensiva neonatal. De acordo com o CRM, a medida foi tomada devido a um surto de infecção bacteriana de alta resistência, que teria ocasionado a morte de três bebês em apenas 24 horas.

Ainda de acordo com as informações do Conselho, foi denunciado por médicos do hospital e comprovado pela equipe de fiscalização do CRM-PB que o Isea sofre com superlotação constante, sucateamento e falta de equipamentos para desinfecção, além da falta de profissionais.

O Ministério Público da Paraíba está acompanhando as providências tomadas para a solução dos problemas que desencadearam a interdição ética. A promotora de Justiça, Adriana Amorim, que atua na defesa da saúde em Campina Grande, ouviu a direção da maternidade, a coordenação da UTI  e também está verificando as medidas tomadas pelo CRM. Além disso, a promotora deve encaminhar o caso para que seja investigada a eventual responsabilidade criminal.

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“Depois da fiscalização do CRM, comparecemos ao Isea para verificar as providências adotadas para o resguardo da saúde dos pacientes atualmente internados e os que eventualmente poderiam precisar do serviço, tendo em vista que trata-se de maternidade de referência para gestantes de alto risco. Segundo o CRM a interdição ética é a medida necessária para o resguardo da situação. Desta forma, com a interdição, novas internações não poderão ocorrer. O estabelecimento deve adotar todas as medidas para o tratamento dos pacientes que permaneceram internados, com a desinfecção do ambiente, e demais providências para a desinterdição”, explicou a promotoria.

Ainda de acordo com Adriana Amorim, a Secretaria Municipal de Saúde garantiu a retaguarda do atendimento, por meio das maternidades que atendem pelo SUS na cidade – a Clipsi, o Hospital da FAP e o Hospital Universitário (HUAC). A promotora também certificou-se que as medidas adotadas pela unidade de saúde estão sendo acompanhadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da maternidade e por um infectologista do Município.

Em nota, a secretária de saúde de Campina Grande disse que adotou todas as providências necessárias em relação à suspeita de infecção por uma bactéria de alta resistência na UTI Neonatal do Isea.  E que uma desinfecção foi realizada com o acompanhamento de um infectologista.

Na sexta-feira (20), uma nova reunião deve ser realizada pela MPPB para verificar as medidas adotadas.

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