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Teto de Igreja desaba em São Paulo e mata sete

Uma tragédia marcou o fim de semana, pelo menos 07 pessoas morreram e 76  ficaram feridas no desabamento do teto da igreja Renascer.  O desabamento aconteceu por volta das 19h na sede mundial da igreja, localizada na Avenida Lins de Vasconcelos. Segundo a igreja Renascer, o desabamento aconteceu entre o término do culto das 17h e […]

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19/01/2009 às 01h03

Uma tragédia marcou o fim de semana, pelo menos 07 pessoas morreram e 76  ficaram feridas no desabamento do teto da igreja Renascer. 

O desabamento aconteceu por volta das 19h na sede mundial da igreja, localizada na Avenida Lins de Vasconcelos. Segundo a igreja Renascer, o desabamento aconteceu entre o término do culto das 17h e o inicio do culto das 19h, varias pessoas estavam no interior do templo, onde iria começar um culto.

Os bombeiros estiveram no local, além de dois helicópteros Águias da Polícia Militar. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital das Clínicas, Hospital São Camilo, pronto-socorro Vergueiro, Jabaquara e Vila Maria.

O local foi cercado por freqüentadores que procuram por amigos e parentes, além de curiosos que tentam acompanhar o trabalho dos bombeiros e dos policiais. A rua foi interditada e muitas ambulâncias tentam retirar os feridos.

O Corpo de Bombeiros informou que suspeita que possa haver mais mortos sob os escombros da igreja, mas não há confirmação.

Renascer inicia da Igreja 

Fundada em 1986 pelo ex-gerente de marketing do Xérox, Estevão Hernandes, e por sua mulher, Sônia, proprietária de uma boutique em São Paulo, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo constituiu nos últimos 20 anos um império da comunicação. O começo da igreja, entretanto, foi modesto: um grupo de oração organizado na casa de Hernandes, que ganhou corpo e se transferiu para uma pizzaria, onde foi criada a igreja.

Três anos depois, a Renascer abria sua primeira igreja, no bairro paulista do Cambuci (zona central da cidade de São Paulo). Hoje, já são mais de 1.000 templos, sendo pelo menos oito fora do país, para atender cerca de 2 milhões de fiéis.

Em 1990, Hernandes adquiria a primeira rádio da Renascer, trampolim para a atual rede de comunicação da Renascer: uma rede de televisão (a rede Gospel, cujo sinal abrange 74% do país, segundo a própria emissora), uma rede de emissoras de rádio (a Gospel FM), além de um dos empreendimentos mais bem sucedidos da igreja: uma gravadora de músicas religiosas, o que praticamente criou um novo segmento de consumo na indústria fonográfica do país, nos anos 80. A Igreja também possui estabelecimento de ensino privado (o Esar) e uma fundação de assistência social (a Fundação Renascer).

A força política da "Renascer" pode ser vista em um evento que faz parte do calendário oficial da cidade de São Paulo: a "Marcha para Jesus", organizada desde 1993, pela bispa Sônia, que reúne milhões de pessoas na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. E a cada eleição, uma "romaria" de políticos, das mais distintas correntes ideológicas, busca apoio do casal para influenciar o voto dos fiéis.
A Igreja Renascer em Cristo faz parte do que alguns especialistas em religião identificam como uma terceira etapa do protestantismo no Brasil chamados de neopentecostais.

No início do século passado, imigrantes americanos e europeus trouxeram os primeiros grupos pentecostais para o território brasileiro como a Congregação Cristã no Brasil e a Assembléia de Deus.

Antes disso, o protestantismo já estava presente no país. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, a Igreja Anglicana se estabeleceu no país, por exemplo. Em 1824, os alemães trouxeram o Luteranismo para o Brasil. Há relatos de que o primeiro grupo batista se estabeleceu no país em 1871.

Terceiro ciclo do protestantismo 

A partir da década de 70, começaram a surgir os primeiros grupos religiosos criados por iniciativas de brasileiros, em sintonia com um fenômeno também identificado no restante da América Latina: o movimento chamado de "neopentecostalismo", do qual a "Renascer em Cristo" é um dos maiores representantes no Brasil, com cerca de 2 milhões de fiéis.

Os chamados "neopentecostais" dão mais ênfase aos rituais de exorcismo e de cura e propagam a "teologia da prosperidade", que vincula a bênção divina ao sucesso material. Esses grupos também são caracterizados pelo investimento nos meios de comunicação, com a criação de jornais, rádios e redes de televisão voltada para a divulgação religiosa.

Em paralelo, também se organizaram para buscar influência política, à medida que o grupo ganhava fiéis.

JOSELITO FEITOSA
Da Redação do Diário do Sertão com a Folha de São Paulo

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