Depois de quase cinco anos, sobrevivente de massacre em escola volta a andar . VÍDEO!
O apoio da casa de saúde veio após Thayane enviar um e-mail para lá, contando sua história. Na nova cidade, mora com uma amiga, também cadeirante.
Estranho e maravilhoso. Assim Thayane Tavares, uma das sobreviventes da chacina na Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, descreve a sensação de botar os pés no chão e voltar a caminhar. Quase cinco anos após ser atingida por três tiros, que a deixaram paraplégica, a jovem de 18 anos deu os primeiros passos fora da cadeira de rodas, com o apoio de fisioterapeutas.
— Fico pensando: ‘‘Meu Deus, eu consigo’’. É uma coisa que me exige um controle de tronco e dos movimentos dos pés muito grande. Algo que eu fazia tão naturalmente antes e hoje é tão difícil — conta Thayane, esperançosa numa evolução maior.
A jovem, que desde a tragédia fazia fisioterapia no Rio de Janeiro, mudou-se sozinha para São Paulo, no fim de novembro, para fazer o tratamento neuromotor na clínica Acreditando. O apoio da casa de saúde veio após Thayane enviar um e-mail para lá, contando sua história. Na nova cidade, mora com uma amiga, também cadeirante.
— Consegui em três semanas, com o novo tratamento, o que não tinha conseguido em quatro anos de lesão medular — comemora Thayane, que já planeja uma parceria com a Acreditando para montar clínica no Rio, mas está à espera de patrocínio.
Sobre a manhã do dia 7 de abril de 2011 em Realengo, Thayane diz nunca esquecê-la. Mas as memórias, que remetem a dor e superação, devem virar um livro.
— Cheguei a ter raiva porque as pessoas me reconheciam como a menina do massacre. Depois pensei, essa é a minha história. Ou você se faz de vítima ou enfrenta e faz daquilo uma superação — diz ela, que escreve suas emoções em um diário: — Escrevo como se estivesse contando minha história para Deus.
Para o futuro, planos: em 2016, Thayane deve começar a faculdade de Direito e já sonha ser delegada:
— Têm muitas pessoas soltas fazendo besteira e ninguém faz nada. Quero fazer justiça e diferença nisso aí.
Extra Globo
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