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Vaqueiro chora ao lembrar que quase matou família de fome trabalhando nessa profissão

No Dia do Vaqueiro, seu Francisco Valentino relembra emocionado as dificuldades que passou com a família tentando ganhar a vida nessa profissão

Por Jocivan Pinheiro

29/08/2016 às 14h51 • atualizado em 29/08/2016 às 14h54

O dia 29 de Agosto entrou para o calendário das comemorações nacionais como Dia do Vaqueiro em 2008, quando a data foi instituída através da lei federal 11.797/08.

A atividade presente especialmente na região Nordeste existe há muito tempo, mas só recentemente foi reconhecida como profissão. Em 2013, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que regulamenta a profissão de vaqueiro no País.

Seu Francisco é vaqueiro há 50 anos

Seu Francisco é vaqueiro há 50 anos

De acordo com a legislação, vaqueiro é o profissional que trata, maneja e conduz animais como bois, cavalos e outros de pastoreio. É exatamente essa profissão que seu Francisco Valentino, de 61 anos de idade, exerce em Cajazeiras há 50 anos.

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Seu Francisco conta que começou a trabalhar como vaqueiro por influência do pai com dez anos de idade, tirando leite de vaca. Apear de dizer que se orgulha da profissão, ele tem mais queixas a fazer do que elogios.

Emocionado, seu Francisco relembra que sua vida de vaqueiro trouxe mais sofrimento do que satisfação. Segundo ele, hoje é mais fácil ganhar a vida nessa profissão, mas no seu tempo o vaqueiro não era valorizado e sofria muita discriminação. Sua família passou fome várias vezes por falta de trabalho ou de remuneração suficiente para alimentar esposa e filhos.

“Vim melhorar aqui em Nelson [seu patrão], mas durante o tempo em que trabalhei de vaqueiro, não passei bem, passei muita fome e sono, quase mato minha família de fome pra ganhar migalha, porque tinha que arriscar mesmo. Cansei de eu e a mulher dormir sem janta porque não dava pra tudo”, recorda aos prantos.

Hoje ganhando um salário e com a esposa aposentada, seu Francisco afirma que está dando para viver com bem menos sofrimento do que no passado. Sobre o Dia do Vaqueiro, o cajazeirense admite que, apesar dos obstáculos, se orgulha da profissão e tem paixão pelos seus animais como quem tem por um carro. “É mesmo que você ter paixão por um carro novo, um carro zero que você vê na loja”, compara.

Seu Francisco em um dos seus cavalos

DIÁRIO DO SERTÃO

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