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Estimativa confirma previsão feita de estudioso e semiárido da Paraíba tem ano bom para agricultura

A previsão do físico e meteorologista Rodrigo Cézar Limeira , que foi divulgada dia 26 de Dezembro de 2016 se confirmou, ou seja, 2017: ano bom para agricultura na maioria dos municípios do semiárido da Paraíba

Por Campelo Sousa

27/07/2017 às 14h07

Físico e meteorologista Rodrigo Cézar Limeira

O Estado ainda sofre com escassez de água, mas a produção agrícola melhorou em relação a 2016, principalmente no Sertão

Este ano, a produção de grãos na Paraíba deve chegar a 127.518 toneladas, um aumento de 419% em relação ao ano passado (24.579 t). É o que prevê a primeira estimativa da safra para este ano, divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São 194.693 hectares de área plantada, 12% mais que em 2016 e 13% maior que a estimada para o ano em pesquisa anterior. Se a perspectiva se concretizar, este será o melhor ano desde 2012, quando começou o atual ciclo de seca.

José Rinaldo de Souza, supervisor da pesquisa feita pelo Grupo de Coordenação das Estatísticas Agropecuárias da Paraíba (GCA-PB), destacou que a estimativa é parcial. “Ainda tem muita planta em fase de crescimento. E ainda se espera chuva em algumas regiões”, afirmou.

A pesquisa destaca que as maiores elevações nas áreas cultivadas foram registradas no Sertão, onde as precipitações favoreceram, principalmente, as lavouras semeadas em fevereiro. Os pesquisadores também observaram que no Litoral e Agreste as chuvas foram em menor intensidade, o que é normal, considerando que o período chuvoso nessas regiões começam em abril e seguem até agosto.

Produção ainda pequena
Mesmo com essa expectativa de aumento espantoso, a Paraíba ainda tem uma das menores produções entre os estados do Nordeste. Segundo José Rinaldo, só ganha às vezes das produções do Rio Grande do Norte e de Alagoas. Ele disse que o Estado tem capacidade de produzir em torno de 500 mil toneladas de grãos, por ano, mas é preciso investimento e chuva.

“Esta seca começou em 2012 e foram muitas perdas, nos últimos anos, que descapitalizaram os agricultores. Muitos procuraram alternativas, como criação de galinha e de caprinos. Considerando tudo isso, a expectativa para este ano é muito boa”, disse Souza.

O supervisor da pesquisa explicou que a safra considera a produção de grãos, como milho, arroz, feijão, amendoim e fava. Mas a pesquisa traz dados de 40 produtos, que estão sendo cultivados em uma área total de 433.853 hectares, dos quais 217.918 ocupados com lavouras temporárias e 215.935 de culturas permanentes.

Algodão cresceu
A produção do algodão é a que mais deve crescer: 60%, em relação a janeiro deste ano, quando foi feito o último levantamento, com um cenário já mais positivo. Segundo o diretor-técnico da Emater-PB, Vlaminck Paiva Saraiva, de uma forma geral as chuvas deste ano favoreceram a produção de lavouras.

“Em relação ao algodão, o aumento foi puxado pelo projeto ‘Algodão Paraíba’, que está no segundo ano e que vem resgatando a cultura do algodão, responsável pelo desenvolvimento do nosso Estado”, explicou Paiva. Para a safra deste ano, a perspectiva é que a produção alcance 327 toneladas e a superfície cultivada totalize 307 hectares.

Já a produção de arroz de sequeiro deve cair em mais de 60%, comparado com janeiro, quando se esperava colher 4.418 toneladas. “O arroz é plantado em áreas alagadas e, como não houve chuva suficiente para encher os mananciais, principalmente, no Vale do Piancó, deve haver essa diminuição na safra”, disse.

Mesmo assim, para a safra de 2017 estima-se que a produção de arroz deverá situar-se em torno de 1.742 toneladas, um aumento de 1.017,00% em relação à quantidade colhida no ano passado, que totalizou 156 toneladas.

Situação climática
Os pesquisadores também colheram informações e dados sobre as condições climáticas das reservas hídricas e da situação das pastagens. Concluiu-se que as chuvas acumuladas até o final de abril ultrapassaram os 300 milímetros, na maioria dos municípios do Sertão, enquanto na região do Cariri e do Seridó observa-se que elas ocorreram de forma bem localizadas.

Em razão disso, os agricultores anteciparam o plantio nas regiões polarizadas pelos municípios de Piancó, Itaporanga, Patos, Pombal, Souza, Cajazeiras Princesa Isabel e Catolé do Rocha. Já nas regiões do Cariri e do Seridó, os plantios foram adiados.

No Agreste e Litoral, os pesquisadores observaram que a partir de abril, quando a pesquisa estava sendo feita, é que teria início a fundação das culturas de feijão, milho, amendoim e fava.

A pesquisa
Os dados da pesquisa foram coletados entre os dias 6 e 29 do último mês de abril e tomou como referência o prognóstico realizado no mês de janeiro deste ano. As informações foram obtidas pela rede de coleta do IBGE, mediante consulta às Comissões Municipais de Estatísticas Agropecuárias (Comeas), constituídas por produtores rurais, secretarias municipais de Agricultura e instituições oficiais de crédito e técnicos da Emater-PB.

Queda X Aumento
Estimativas de produção (comparativo das pesquisas de janeiro e abril):
QUEDA NA PRODUÇÃO
Arroz (-60,6%)
Batata Inglesa (-20,7%)
Fava (-15%)
Amendoim (-9,1%).
Castanha de Caju (-7,2%)
Laranja (-1,60%)
Tomate (-1%)
Cana-de-Açúcar (-0,6%)
AUMENTO DA PRODUÇÃO
Algodão (62%)
Batata-doce (15%)
Feijão (7,6%)
Milho (7%).
Abacaxi (4,10%)
Coco (3%)
Laranja (1,6%)
Mandioca (1%)

DIÁRIO DO SERTÃO com informações de Rodrigo Cézar Limeira e Andréa Batista

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