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13 Cidades do Sertão podem entrar em colapso no abastecimento até fevereiro, diz Aesa

O volume do açude que abastece estas cidades deve chegar ao volume morto entre janeiro e fevereiro do próximo ano.

Por Diário do Sertão

06/12/2017 às 07h15

Açude de Coremas apresenta pior volume de água da sua história

Pelo menos 13 municípios que são abastecidos pelo açude de Coremas, no Sertão da Paraíba, podem sofrer um colapso no abastecimento de água até o mês de fevereiro de 2018. A previsão é da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), caso não chova na região, não sejam concluídas as obras no eixo norte da transposição do Rio São Francisco ou construída uma adutora.

+ VÍDEO: Presidente da Aesa prevê Sertão da Paraíba sem água já no mês de janeiro de 2018

Segundo o presidente da Aesa, João Fernandes, o açude que abastece as cidades está com 28,5 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 4,8% da capacidade total. Segundo ele, o reservatório só tem condição técnica para garantir abastecimento se estiver, pelo menos, com volume entre 15 milhões e 16 milhões de metros cúbicos de água. Abaixo disso, o manancial entra no volume morto.

Fernandes explica que, com a atual vazão usada para garantir o abastecimento das cidades e sem previsão de chuvas para os próximos meses na região, o volume de Coremas deve chegar ao volume morto entre janeiro e fevereiro do próximo ano. O cálculo foi feito com base na atual vazão liberada para o abastecimento da região, que varia entre 1500 a 1700 litros de água por segundo, segundo a Aesa.

Coremas abastece as cidades da região através de dois sistemas. Um leva água para Patos, Coremas, Cajazeirinhas, São Bentinho, São Mamede e Santa Luzia. Já o outro leva água para Pombal, Vista Serrana, Paulista, Catolé do Rocha, São Bento, Brejo do Cruz e Belém de Brejo do Cruz, através do Rio Piranhas.

O Rio Piranhas, que é perenizado pelo açude de Coremas, também levaria água para cidades do Rio Grande do Norte, mas por causa das atuais condições a Agência Nacional das Águas (ANA) autorizou a instalação de uma barreira no rio, na cidade de São Bento, impedido que a água passe para o estado vizinho.

Diante do problema e da situação de alerta, a Aesa alega que existem duas saídas para resolver o problema, ou ao menos garantir o abastecimento de água por mais tempo. A primeira alternativa é a conclusão das obras da transposição do Rio São Francisco, Eixo Norte, que garantiria a recarga da bacia. A segunda alternativa é a construção de uma adutora entre o açude de Coremas e Pombal, o que reduziria as perdas.

“Como a água que abastece as cidades vai pelo rio, existem muitas perdas. Se fosse construída a adutora, a gente prolongaria o uso da água por mais meses, pois no lugar de usar a vazão de 1500 a 1700 litros de água por segundo, a gente reduziria para 700 litros por segundo, inibindo também a questão dos desvios”, explicou João Fernandes.

Ainda de acordo com João Fernandes, existe um projeto para a construção da adutora entre Coremas e Pombal, com parecer na Agência Nacional das Águas (ANA), Defesa Civil estadual e outros órgãos reguladores, mas o que falta é a liberação de uma verba do Governo Federal para a execução do projeto.

O que diz o Ministério da Integração
Segundo o Ministério da Integração, a previsão é de que a água do Rio São Francisco corra por todos os canais do eixo norte no primeiro semestre de 2018. Atualmente, as águas já percorrem 45 km do Eixo Norte entre Cabrobó e Terra Nova, em Pernambuco.

A obra é dividida em três metas e as metas 2N e 3N estão em fase de conclusão, com 99,5% e 98,40% de execução respectivamente. A meta 1N, que havia sido interrompida em decorrência da paralisação do serviço prestado pela então empresa responsável pela obra, já foi licitada, retomada e está em andamento com 92,47% de execução física.

Em relação à construção da adutora, o Ministério da Integração explicou que os repasses estão sendo disponibilizados de acordo com suplementações financeiras autorizadas pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, por conta das restrições orçamentárias. Em novembro, a equipe técnica da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec-MI) solicitou ao governo do estado da Paraíba a atualização dos dados e reavaliação das necessidades e aguarda retorno.

G1

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