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Exclusivo: médico sousense fala sobre relação entre o zika e a microcefalia e faz alerta para mulheres grávidas

O Ministério da Saúde já confirmou a relação do zika com a microcefalia e investiga a relação com a síndrome de Guillain-Barré. Confira os detalhes!

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07/12/2015 às 09h02

A reportagem do Portal e TV Online Diário do Sertão, entrevistou nesta segunda-feira (07), o médico neurologista sousense, Augusto Braga. Ele falou sobre a microcefalia e a relação da doença com o zika.

De acordo com o médico, muita coisa ainda pode acontecer e o dano à saúde pode ser muito maior em todo o país. "Começa a causar medo. Para as mulheres grávidas, é ter todo cuidado em não acumular água, usar roupas que cubram o copo todo. Isso, causando medo nas pessoas, mulheres apavoradas até para engravidar, muitas outras coisas ainda podem vir e causar preocupação na saúde do Brasil", disse.

A doença
Identificado pela primeira vez no país em abril, o zika vírus tem provocado intensa mobilização das autoridades de saúde no país. Enquanto a doença costuma evoluir de forma benigna – com sintomas como febre, coceira e dores musculares – o que mais preocupa é a associação do vírus com outras doenças. O Ministério da Saúde já confirmou a relação do zika com a microcefalia e investiga uma possível relação com a síndrome de Guillain-Barré. Veja o que já se sabe sobre o vírus:

Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o zika também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue, por exemplo.


                                     Mulher com o filho que nasceu com microcefalia em Pernambuco (foto: Eduardo Anizelli)

Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias.

Qual é a relação entre o zika e a microcefalia?
A relação entre zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez no mundo no fim de novembro pelo Ministério da Saúde brasileiro. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.

A evidência crucial para determinar essa ligação foi um teste feito no Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, que detectou a presença do vírus zika em amostras de sangue coletadas de um bebê que nasceu com microcefalia no Ceará e acabou morrendo.

Como a situação é muito recente, ainda não se sabe como o vírus atua no organismo humano, quais mecanismos levam à microcefalia e qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Segundo o Ministério da Saúde, as investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer essas questões.

Quais são as recomendações para mulheres grávidas?
O Ministério da Saúde orienta algumas medidas para mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar tendo em vista a ocorrência de casos de microcefalia relacionados ao zika vírus.

Uma delas é a proteção contra picadas de insetos: evitar horários e lugares com presença de mosquitos, usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros.

É importante informar o médico sobre qualquer alteração em seu estado de saúde, principalmente no período até o quarto mês de gestação. Um bom acompanhamento pré-natal é essencial e também pode ajudar a diminuir o risco de microcefalia.

Qual é a relação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré?
Alguns estados do Nordeste que tiveram a ocorrência do vírus zika têm observado um aumento incomum dos casos da síndrome de Guillain-Barré.

Trata-se de uma doença rara que afeta o sistema nervoso e que pode provocar fraqueza muscular e paralisia de braços, pernas, face e musculatura respiratória. Em 85% dos casos, há recuperação total da força muscular e sensibilidade. Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre adultos mais velhos.

O Ministério da Saúde está investigando esses casos, mas até o momento não confirma a correlação. A pasta deve divulgar as conclusões desse estudo nas próximas semanas.

Sintomas

Muita gente se confunde se está com dengue, chikungunya ou zika porque os sintomas são muito parecidos. Mas algumas diferenças podem ajudar na hora de fazer diagnóstico.

A febre, por exemplo, no caso da dengue e da chikungunya, é alta. Na zika, é baixa. A zika apresenta dores leves nas articulações. Na chikungunya, essa dor é intensa e pode durar meses. E moderada no caso da dengue.

As manchas vermelhas podem aparecer nas três doenças, mais frequentemente na zika. A coceira pode ser mais intensa na zika; leve na chikungunya e na dengue.

Já a vermelhidão nos olhos só aparece na zika e na chikungunya. Os pacientes com dengue não costumam ficar com os olhos vermelhos.

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DIÁRIO DO SERTÃO com G1

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