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Açude quase seco, sertanejos perdem a fé e profetizam: “O próximo ano será pior que este”. Veja vídeo!

Município se encontra em estado de emergência e vê seu açude morrer a cada dia; situação é amenizada por pipas, poços e caixas

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04/12/2015 às 11h00

Considerada a principal cidade do Vale do Piancó, no sertão paraibano, com sua força econômica voltada para o turismo, a indústria têxtil e o comércio local, Itaporanga também vem sentindo profundamente os impactos da impiedosa seca na região.

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O município, que fica a 120 km de Cajazeiras e a 420 km da capital João Pessoa, é um dos que se encontra em estado de emergência decretado pelo Governo do Estado e vê o seu açude morrer a cada dia. Cachoeira dos Alves está com apenas 8,5% de sua capacidade, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA).

  

Os cerca de 23 ml habitantes de Itaporanga são obrigados a se reinventarem no seu dia-a-dia para não ficarem sem o precioso líquido. Em algumas comunidades ele já não chega mais às torneiras e o jeito é depender dos carros pipas e das caixas d’água do governo ou dos poços artesianos como medida paliativa.

O carroceiro José Ambrósio deseja que novos poços artesianos sejam cavados e outros que, segundo ele, estão soterrados sejam recuperados. Mas apesar da situação difícil, ele não perdeu a fé e aposta nos sinais divinos ou da natureza, como a aparição de redemoninhos, para acreditar que as chuvas vêm em breve.

O jovem José Carlos, morador da Vila Mocó, onde não há água encanada, revela que a sua comunidade está sendo socorrida pelos carros pipas e caixas d’água dos governos e pela água dos poços que muitas vezes são cavados pela própria população. A qualidade não é das melhores, mas está dando para manter as necessidades por enquanto, segundo ele.

Já o seu Cícero Pereira explicou que na Vila Mocó só existe dois poços, sendo que um é particular, e os carros pipas fornecem água potável só até a sexta-feira, por isso a população precisa correr para abastecer seus utensílios e armazenar água para os demais dias. Ele prevê um 2016 ainda pior que este ano em termos de chuva.

“Pelas experiências de meus avós, vai chover menos do que esse ano que nós estamos findando. O regime do inverno é os sinais que Deus deixou, e é isso que a gente vem acompanhando”, disse.

  

DIÁRIO DO SERTÃO

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