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Especialista fala do sofrimento psicológico e de uso indevido de imagens: “Se é para se divertir, melhor que ignore!”

'Temos consciência que surtos e crises sempre irão existir e precisamos sim do CAPS III', enfatizou Norma Viana sobre o serviço na cidade

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22/05/2015 às 19h45

Norma fala sobre a saúde mental no Café Conectado

O Programa da TV Diário do Sertão, Café Conectado recebeu a Especialista em Saúde Mental, Norma Maria Alves Viana, para debater assuntos relacionados a sua área de conhecimento.

Norma é coordenadora do CAPS II de Cajazeiras e comemorou no dia 18 de maio o movimento da Luta Antimanicomial realizando diversas atividades.

Saúde e processo do adoecer
Para a especialista o conceito de normalidade permeia na prática da 'resiliência, da capacidade do sujeito de passar pelas adversidades sem perder o equilíbrio, o controle emocional'. Segundo Norma 'é muito fina a linha que separa a loucura da lucidez'. 

'É preciso viver o luto e saber que é transitório', afirmou Norma sobre a necessidade de se sentir o sofrimento que traz as percas sem eternizá-las.

Portador de transtorno mental
A coordenadora falou das atividades desenvolvidas no CAPS II de Cajazeiras e da rede de assistência em saúde mental, enfatizando a importância das unidades básicas de saúde acolherem esses usuários tratando-os como cidadãos inclusos na sociedade e com direitos como qualquer outro que frequenta os postos de saúde, sem distinção. 'Eles são o que são, assim como nós somos o que somos e queremos ser aceitos', alertou Norma Viana.

'O que mede a inteligência de uma comunidade é a tolerância de viver com o diferente […] Prefiro os que transitam entre esses momentos, que nos tragam um pouco mais de divertimento; seria muito o chato o mundo sem a loucura'. Disse.

Norma pediu que as pessoas não provoquem as pessoas que possuem o sofrimento psíquico, usando de imagens para se divertirem; 'Olhem um pouco para o doente mental como um sujeito, respeitando. Filmam os momentos de crises e colocam em redes sociais como algo engraçado, fragilizando-o ainda mais. Se é para se divertir, melhor que o ignore', desabafou Norma.

CAPS III
Municípios com população acima de 200.000 habitantes pede o funcionamento do CAPS III com assitência 24 horas, garantindo assim o acolhimento noturno, também nos feriados e fins de semana. 

O acolhimento noturno e a permanência nos fins de semana devem ser entendidos como mais um recurso terapêutico, visando proporcionar atenção integral aos usuários dos CAPS e evitar internações psiquiátricas. 

Ele poderá ser utilizado nas situações de grave comprometimento psíquico ou como um recurso necessário para evitar que crises se aprofundem. 

O acolhimento noturno deverá atender preferencialmente aos usuários que estão vinculados a um projeto terapêutico nos CAPS, quando necessário, e no máximo por sete dias corridos ou dez dias intercalados durante o prazo de 30 dias.

'Temos a consciência que surtos e crises sempre irão existir dentro da Saúde Mental e precisamos sim do CAPS III'. Finalizou Norma Viana.

Acompanhe a conversa com Norma Viana no programa Café Conectado (ao vivo nas Terças às 9:00h):

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DIÁRIO DO SERTÃO

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