Seleção Brasileira precisa vencer e convencer para recuperar a confiança perdida
Depois do trauma do 7-1, seguido por outro vexame na Copa América, a não classificação para a Copa do Mundo causaria danos inimagináveis para a única seleção
A seleção brasileira entra em campo nesta terça-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza, contra a Venezuela, em busca dos primeiros pontos nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, para tentar resgatar diante da torcida um pouco do orgulho ferido.
A derrota por 2 a 0 para o Chile, a primeira da história do Brasil numa estreia de eliminatórias, mostrou que o caminho rumo à Rússia promete ser cheio de percalços e os comandados de Dunga precisam reagir e reencontrar um futebol digno do país pentacampeão mundial.
Depois do trauma do 7-1, seguido por outro vexame na Copa América, a não classificação para a Copa do Mundo causaria danos inimagináveis para a única seleção que participou de todas as edições do torneio.
O revés de Santiago, diante dos campeões continentais, não foi uma surpresa, e tampouco pode ser visto como uma catástrofe.
Até porque, como Dunga bem lembrou, o Brasil, por mais que tenha se mostrado totalmente sem inspiração no ataque, até conseguiu equilibrar o jogo, pelo menos no primeiro tempo.
Mas espera-se muito mais de uma seleção com tanta tradição, que não terá direito ao erro diante da torcida. Espera-se que receba um apoio incondicional no Castelão, onde lançou-se a moda de cantar a parte final do hino nacional à capela durante a Copa das Confederações.
– Fecha-se o ciclo da 'Neymardependência'-
O adversário desta terça-feira é bem mais fraco que o Chile, mas precisa ser encarado com cautela. Na Copa América, a Venezuela fez jogo duro com o Brasil, que suou para vencer por 2 a 1 e garantir a vaga para as quartas de final.
Foi justamente a primeira partida sem Neymar, que na rodada anterior foi expulso na derrota para a Colômbia (1-0) e acabou levando a suspensão de quatro jogos por ofender o árbitro.
A 'Neymardependência', portanto, chega ao fim contra o mesmo adversário com a qual começou.
Depois da vitória difícil sobre a 'Vinotinto', o Brasil foi eliminado nos pênaltis pelo Paraguai, como na edição anterior.
Nos dois amistosos de setembro, Dunga resolveu levar Neymar aos Estados Unidos, mas o craque entrou apenas no segundo tempo. No segundo jogo, contra a seleção americana, marcou dois gols e deu o toque de gênio que fez tanta falta na última quinta-feira, contra o Chile.
– Pragmatismo –
Sem o camisa 10, o protagonismo tem sido de Willian, que aproveitou bem os espaços deixados pelo Chile nos contra-ataques, mas mostrou pouca eficiência no último passe e nas finalizações.
Perguntado sobre a necessidade de vencer a Venezuela de forma convincente, o meia do Chelsea preferiu usar um tom pragmático.
"Uma vitória por 1 a 0 é um bom resultado, o objetivo é ganhar os três pontos, é isso que importa. Antes, poderia até ter sido goleada certa, mas hoje é mais difícil. Ganhamos apenas por 2 a 1 na Copa América", lembrou Willian.
"Vamos enfrentá-los de igual para igual, como na Copa América. O nosso forte é coletivo", avisou o atacante venezuelano Salomón Rondón, ex-companheiro de clube de Hulk no Zenit São Peterburgo, que joga hoje no West Ham, da Inglaterra.
"Na Copa América, eles abriram vantagem de 2 a 0, mas passaram sufoco quando fizemos um gol, por isso temos que tentar marcar logo", avisou a principal estrela da seleção comandada por Noel Sanvincente.
No total, Brasil e Venezuela se enfrentaram 22 vezes, com 19 vitórias para a 'amarelinha' e apenas um da 'vinotinto', em amistoso disputado em 2008, em Boston, nos Estados Unidos (2-0), com Dunga como técnico, em sua primeira passagem pela seleção.
– Mudanças à vista –
Para evitar outra surpresa desagradável, o treinador deve fazer algumas mudanças em relação à estreia contra o Chile.
A única certeza é que David Luiz, lesionado, não joga. Deve ser substituído por Marquinhos, seu companheiro de clube no Paris Saint-Germain.
Outro atleta do PSG, Lucas chegou a treinar entre os titulares no domingo e seu 'xara' Lucas Lima, do Santos, pode entrar na vaga de Oscar.
Na lateral esquerda, a expectativa é que Marcelo dê lugar a Filipe Luís, titular habitual da posição.
Ainda existe a possibilidade do veterano Ricardo Oliveira, artilheiro do Brasileirão, começar jogando, deixando Hulk no banco.
O santista tem a vantagem de ser um centroavante de estilo mais tradicional, que serve de referência na área, como deseja Dunga, enquanto o paraibano não está acostumado a jogar desta forma no seu clube.
A partida começa às 22h00 (no horário de Brasília), e será apitada pelo uruguaio Darío Ubriaco, auxiliado pelos compatriotas Carlos Pastorino e Nicolás Taran.
– Prováveis escalações:
Brasil: Jefferson – Daniel Alves, Miranda, Marquinhos, Filipe Luis – Luiz Gustavo, Elias – Lucas Moura ou Willian, Lucas Lima, Douglas Costa e Hulk. T: Dunga.
Venezuela: Alain Baroja – Roberto Rosales, Oswaldo Vizcarrondo, Franklin Lucena, Gabriel Cíchero – Tomás Rincón, Luis Manuel Seijas, César González, Jeffren Suárez – Juan Falcón e Salomón Rondón. T: Noel Sanvicente.
MSN
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