Flamengo vence o Coritiba no Couto Pereira e quebra tabu de 15 anos
Rubro-Negro espanta retrospecto ruim em Curitiba, com gols de André Santos e Wallace, e sobe para 11º. Coxa chega a sete jogos sem vitória
Caiu um tabu de 15 anos no futebol brasileiro. Na noite desta quarta-feira, o Flamengo fez 2 a 0 no Coritiba e voltou a vencer no temido Couto Pereira, depois de nove derrotas seguidas para o adversário. Com gols de André Santos e Wallace, o invicto Rubro-Negro sob o comando do ex-interino Jayme de Almeida mostrou personalidade para repetir o feito que não alcançava desde 1998. E aumentou a crise no Coxa na estreia do técnico Péricles Chamusca. Vaiada, a equipe paranaense chegou a sete jogos sem saber o que é vitória – seis pelo Brasileirão e um pela Sul-Americana – e se aproxima perigosamente da zona de rebaixamento.
O Flamengo, que na 25ª rodada venceu duas seguidas pela primeira vez no nacional, chegou a 33 pontos, subiu quatro degraus na classificação, ultrapassou o próprio Coritiba e terminou a rodada em 11º lugar.
– Fiquei sabendo do tabu de 15 anos, mas o que me deixou muito feliz foi a postura da equipe em campo. Os meninos mais uma vez corresponderam com muita luta. Ganhar dois jogos nos dá uma tranquilidade maior para trabalhar – afirmou Jayme de Almeida.
O Coxa, parado nos 31 pontos, ficou para trás e caiu para 15º, seis pontos à frente da zona de rebaixamento. Essa distância pode cair para três pontos em caso de vitória do Vasco sobre o Inter nesta quinta.
– Não tem explicação. Vocês veem a gente correndo, brigando. Está difícil. Vamos ter que melhorar – lamentou o meia Robinho.
Na próxima rodada, o Flamengo tem pela frente o clássico contra o Vasco, domingo, às 16h (de Brasília), no Mané Garrincha. No mesmo horário, o Coritiba também terá um rival pelo caminho: o Atlético-PR, no Durival de Britto.
Entre escorregões, André Santos funciona como centroavante
O gramado molhado teve sua parcela de contribuição para um primeiro tempo de poucas situações de gol. Bill, Paulinho e Alex foram alguns dos jogadores que sofreram com os escorregões, que vez ou outra estragavam uma tentativa de ataque. Quando não eram os deslizes, os 29 passes errados tratavam de atrapalhar as tabelas ofensivas. O primeiro chute, um cruzado de Paulinho, demorou dez minutos para sair e nem foi na direção do gol de Vanderlei. Já o Coritiba, que insistia na bola aérea, só conseguiu sua única finalização aos 45 minutos. E quase marcou. Mas João Paulo salvou em cima da linha a conclusão de Robinho.
Foi o único susto que o Rubro-Negro levou num primeiro tempo em que teve o domínio, apesar dos escorregões. Sempre pelo lado direito, Elias, Paulinho e Hernane criavam oportunidades, e André Santos e Carlos Eduardo faziam as vezes de centroavante na área, mesmo sem muito jeito. Quando teve a chance, Cadu esperou a bola no pé num cruzamento cortado pela zaga. André Santos cabeceou por cima do travessão um chute cruzado de Hernane, mas depois se redimiu. O meia recebeu na área, girou o corpo e bateu no cantinho, fazendo 1 a 0, aos 46 minutos. Na comemoração, fez homenagem ao filho Arthur.
Wallace amplia, e estreante Germano é expulso
O gol foi como um golpe num atordoado Coritiba, que voltou ainda cambaleando para o segundo tempo. Quando viu, já estava 2 a 0. Logo aos quatro minutos, um bate-rebate na área, que teve furada de Léo Moura, terminou bem para os zagueiros do Fla: assistência de Chicão, gol de Wallace, de cabeça. Marcos Paulo, em cima da linha, ainda tentou tirar com a mão. Sem alternativa, Péricles Chamusca foi para o tudo ou nada, com Emerson Santos e Maykon nos lugares de Marcos Paulo e Vitor Júnior, respectivamente.
Enquanto isso, Jayme de Almeida segurava a vantagem com mais volantes. Cáceres e Luiz Antonio substituíram os exaustos André Santos e Carlos Eduardo. O Fla perdeu muito na posse de bola, mas na base do contra-ataque teve chances claras de ampliar a vantagem.
Só que não era o dia de Hernane. Quando chegou ao ataque, o Coritiba ainda parou em Paulo Victor – defendendo até com o rosto, no susto. Para piorar as coisas, o estreante Germano ainda foi expulso ao receber o segundo amarelo. A partir dos 30 minutos os rubro-negros começaram a pedir "olé", enquanto a torcida local voltou a protestar contra a diretoria, aos gritos de "queremos jogador".
GE
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