Torcida Corinthiana causa confusão na chegada do time ao Japão
Policiais e alguns membros de torcida tentaram evitar a bagunça, mas mostraram falta de preparo para lidar com o grande número de pessoas
Cerca de 100 torcedores estiveram no hotel Hilton, de Nagoya, para receber os jogadores do Corinthians no primeiro dia do clube no Japão. Houve tentativas de conversa entre fãs e policiais, mas, assim que se confirmou a chegada da delegação na principal estação de trem de Nagoya, os presentes na porta do hotel foram à loucura.
Educados e receosos em tomar alguma medida mais enérgica, os policiais japoneses apenas pediam e gesticulavam para que os torcedores se posicionassem atrás das grades providenciadas de última hora, apenas quando o número de torcedores foi aumentando. Em vão. Andando pelo saguão do hotel, membros da torcida organizada chegaram a brigar quando um pediu aos colegas que diminuíssem o volume da cantoria.
Foi então colocada uma placa avisando, num português improvisado, que não era permitida a entrada de corintianos no hotel. Os que já haviam entrado ali ficaram. Por volta das 22h locais (11h de Brasília), os cantos no lado de fora se intensificaram. Músicas conhecidas pelos corintianos que frequentam o Pacaembu passaram a ser cantadas em sequência. O ônibus om os corintianos já podia ser avistado.
Membros do staff de segurança da Fifa, policiais e funcionários do hotel começaram então a pedir aos jornalistas brasileiros que comunicassem em português aos torcedores para eles ficarem na área demarcada. Não adiantou. Assim que o ônibus entrou na calçada do hotel, a multidão de torcedores se apertou em torno do ônibus e não havia segurança que impedisse uma aproximação maior de torcida e atletas.
Com caras de espanto, os membros da delegação foram descendo do ônibus e entrando num cordão de isolamento em que até membros da torcida organizada ajudaram. O corredor ia da porta do ônibus até a porta do hotel, cerca de 5 metros. Não havia quórum de seguranças suficientes para tanto.
Depois que o presidente Mário Gobbi e seus diretores saíram, o veículo e os membros da comissão técnica e jogadores deram as caras, e aí começou a verdadeira bagunça. Gritos por fotos, acenos, pedidos de autógrafos… Os jogadores, atônitos, pareciam não acreditar no que viam. Mas mesmo assim foram, um a um, até o saguão.
Esvaziado o ônibus, fechou-se a porta do hotel. Hóspedes que nada sabiam o que acontecia tiveram de esperar a multidão se dispersar para entrar. Ficaram de fora até mesmo os médicos do Corinthians, Julio Stancati e Guilherme Runco. Eles se apertaram entre torcedores e só conseguiram entrar depois de liberados pelo chefe de segurança do Corinthians, Waldir Dutra.
Dentro do hotel, os jogadores passaram rápido pelos repórteres e falaram poucas palavras. Alguns sortudos conseguiram uma foto melhor, mas os atletas foram direto para seus quartos.
Do lado de fora, os cantos não pararam. E até a queda do Palmeiras para a Série B foi lembrada. O repertório infindável deixava os seguranças e outros funcionários do Hilton sem reação. “Peça a eles para pararem. Nunca vimos isso aqui”, disse em inglês um dos funcionários do hotel. Mal sabe ele que é apenas o começo.
UOL
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