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Hospitais na China dão choques em pacientes gays para curar homossexualismo

Tratamento também inclui medicamentos e promete mudar orientação sexual dos pacientes

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08/10/2015 às 10h23

Cena do documentário mostra paciente sendo submetido à sessão de eletrochoque (Foto: Reprodução

Você pode aguentar esse tipo de dor?Por quanto tempo você pode suportá-lo? Se você consegue aguentar de fato, você pode mudar”. A frase foi dita por uma médica chinesa de um hospital na cidade de Tianjin a um ativista gay disfarçado, que fingia buscar por um tratamento de “cura gay”. Em um documentário exibido pelo Channel 4, da Inglaterra, médicos foram flagrados sugerindo tratamento doloroso, composto por eletrochoques e doses de remédio, para mudar a opção sexual dos pacientes.

Segundo a médica que aparece no vídeo, o “tratamento” deve ser ministrado cada vez que os pacientes sentir “impulsos”. O médico explica:

“Seu reflexo condicionado quando vê alguém do mesmo sexo é de sentir amor. Agora, quero fazer com que você se sinta apavorado”.

O documentário revela que mesmo com a legalização da homossexualidade em 1997 e a decisão do governo de não classificar a opção sexual por pessoas do mesmo sexo como uma doença mental, tomada em 2001, muitos hospitais continuam oferecendo “serviços de conversão”. De acordo com John Shen, ex-diretor de um dos maiores grupos de direitos dos gays na China, muitos pais ainda forçam seus filhos a se submeter a terapias como as retratadas no documentário.

Outro voluntário do filme, que também filma a consulta com uma câmera escondida, chega a ser submetido a uma sessão de eletrochoque. Durante a filmagem, ele grita de dor e afirma que parte de seu rosto está dormente. Pela sessão, a clínica cobra do voluntário cerca de R$ 2.100 e afirma que o paciente deverá retornar com frequência e pagar um valor semelhante a cada procedimento.

Em 2014, a Justiça chinesa condenou uma clínica no sul da China por aplicar tratamentos como os que aparecem no filme. A decisão determinou que a “Xinyu Piaoxian” pagassem cerca de R$2.100 de indenização a um paciente e publicasse um pedido de desculpas em seu site.

O Globo

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