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Morre o bebê Arthur, baleado dentro da barriga da mãe

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o bebê morreu às 14h05. O quadro clínico piorou em decorrência de uma hemorragia nesta madrugada.

Por Priscila Belmont

31/07/2017 às 08h18

Ultrassonografia do bebê - Márcio Alves / Agência O Globo

Morreu neste domingo o bebê Arthur, exatamente um mês depois de ter sido baleado enquanto ainda estava na barriga da mãe, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o bebê morreu às 14h05. O quadro clínico piorou em decorrência de uma hemorragia nesta madrugada.

A família já esteve no local. O corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), procedimento padrão para vítimas de violência.

A delegada Raíssa Celes, da 59ªDP (Duque de Caxias), disse que aguarda a chegada das peças técnicas para concluir o inquérito.

A mãe de Arthur, Claudineia dos Santos Melo, foi baleada no dia 30 de junho, na Favela do Lixão. O bebê, ainda no útero, também foi atingido. Claudineia foi levada para o Hospital Moacyr do Carmo, onde médicos realizaram uma cesárea de emergência.

O menino foi transferido, depois, para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, onde estava internado desde então. Dois dias após Arthur ter sido baleado, um laudo médico apontou que ele corria o risco de ficar paraplégico.

Confira a nota de Secretaria estadual de Saúde na íntegra

“A direção do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes informa que o paciente Arthur Cosme de Melo foi a óbito às 14h05 deste domingo, 30/7, após apresentar piora de seu quadro clínico em decorrência de uma hemorragia digestiva intensa, por volta das 5h30 da manhã. A família do paciente foi informada e esteve na unidade ainda pela manhã, recebeu todas as informações sobre o estado de saúde do paciente, que esteve gravíssimo nas últimas horas. Todos os procedimentos para reverter o quadro foram adotados, porém não houve resposta clinica do paciente. A família foi imediatamente informada e esteve novamente reunida com a chefia da UTI Neonatal e equipe médica. O corpo do paciente será encaminhado ao Instituto Médico Legal, procedimento que é padrão em casos de violência (vítima de perfuração por arma de fogo, como é o caso).

Assim como a direção e toda a equipe médica do hospital, a Secretaria de Estado de Saúde lamenta a perda da família, presta solidariedade neste momento de grande dor e segue à disposição dos pais e familiares.”

TIRO PARTIU DE TRAFICANTES

A perícia da Polícia Civil concluiu que o tiro que atingiu Claudineia e o bebê Arthur, ainda dentro de seu útero, partiu de traficantes da Favela do Lixão. agentes da 59ª DP (Duque de Caxias) fizeram uma reprodução simulada no local do crime no último dia 14. Pelo posicionamento dos PMs do 15º BPM (Duque de Caxias) no momento em que Claudineia foi atingida, os peritos concluíram que o disparo foi feito de dentro para fora da favela.

Claudineia estava a cerca de três metros de uma das duas viaturas da PM que chegaram na favela na tarde em que foi atingida. Na ocasião, seis policiais desembarcaram dos veículos. Quatro deles, partiram em direção da favela; dois permaneceram na traseira de um dos carros, ao lado de Claudineia, que passava no local após fazer compras em direção a sua casa, dentro da favela.

O tiro que atingiu a mulher foi disparado da esquerda para direita, da frente para trás — justamente do ponto onde os policiais alegam ter visto traficantes armados. Durante a reprodução, os PMs mantiveram a versão que haviam dado no dia do crime: de que não chegaram a revidar os disparos. Antes da reconstituição começar, os policiais precisaram remover geladeiras usadas como barricadas por traficantes da comunidade.

O Globo

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