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EXCLUSIVO: Família de Hominha fala pela primeira vez sobre a tragédia e faz apelo comovente por justiça

Para familiares, sentimento de luto desse momento só não é maior do que o desejo por justiça. "Que não seja mais um caso que empurrem na gaveta", diz a esposa

Por Jocivan Pinheiro

26/12/2018 às 19h58 • atualizado em 27/12/2018 às 08h19

Uma esposa desesperada. Desde que seu marido foi morto na porta de casa por um vizinho, dona Luciene não consegue retomar a vida.

“A nossa história foi cortada, foi interrompida e não é porque Deus quis, porque isso não é coisa de Deus. Foi por causa do demônio, aquele infeliz que tirou a vida dele”, desabafa emocionada.

Antônio Ramalho, de 36 anos, mais conhecido como ‘Hominha’, era técnico de internet de uma empresa de Cajazeiras e tinha um grande círculo de amizades.

“O que me dói mais é saber que ele não merecia isso porque não deu motivo. Ele era um ótimo pai, um bom irmão, um homem trabalhador, um ótimo filho, de muitos amigos e acabar a vida dele assim. E o pai da minha filha, quando é que volta pra casa?”, continua Luciene.

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Hominha nasceu em uma família unida. Era o único homem dos três irmãos. Sua mãe até hoje está em choque. Ela presenciou o filho caído no chão após ter sido atingido no tórax pelo disparo da arma de fogo do policial militar reformado José Anchieta Dantas.

Tudo aconteceu a poucos metros da casa de Hominha, na rua Tenente Aquino de Albuquerque, bairro Casas Populares, Zona Norte de Cajazeiras.

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Hominha, Luciene e sua filha mais nova

No momento da tragédia, Hominha estava na calçada de sua casa com sua sobrinha, Gislaine dos Santos, que foi atingida no braço pelo disparo que tirou a vida de seu tio.

“Quando ele [o acusado] gritou da casa dele, o som foi desligado. Quando vinham guardando as coisas, ele passou na moto e soltou uma piada. Na hora que meu tio foi conversar com ele, você pode ver no vídeo eu puxando meu tio já para evitar. Ele ainda manda meu tio olhar. Quando ele disse ‘olha que eu vou atirar’, eu me joguei nos braços do meu tio. Eu não senti no meu braço, mas vi a bala entrando no peito do meu tio. Quando eu vi ele caído no chão, foi a pior dor da minha vida”, relata a sobrinha da vítima.

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No chão ainda é possível ver as marcas de sangue. Hominha chegou a ser socorrido com vida para o hospital, mas devido à gravidade do ferimento, não resistiu e morreu na sala de cirurgia.

“Sociedade de Cajazeiras, corpo jurado de Cajazeiras, condenem esse homem. Que esse homem possa ir a júri popular e seja condenado”, clama a irmã da vítima.

Hominha deixou duas filhas, uma de 17 e outra de 1 ano de idade. A mais nova era muito próxima ao pai. Durante a entrevista com dona Fátima, vizinha da família, a criança interrompe chamando o pai. Ela tinha dado conta do banner com a foto de Hominha na sala.

Para os familiares, o sentimento de luto desse momento só não é maior do que o desejo por justiça. “Que não seja mais um caso que empurrem na gaveta”, diz a esposa.

Uma câmera de segurança registrou parte da discussão que resultou na tragédia. Nas imagens é possível ver o policial militar reformado José Anchieta Dantas com a arma na mão e fugindo depois de atirar nas vítimas. Ele encontra-se preso na sede do 6º BPM à disposição da Justiça.

A mãe de Hominha está abalada emocionalmente, ela presenciou o filho caído no chão após ser atingido pelo disparo da arma de fogo.

DIÁRIO DO SERTÃO

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