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Além de denúncia, PGR pede novo inquérito contra Aécio

A PGR aponta necessidade de investigar um outro pagamento de propina, na ordem de mais de R$ 60 milhões, em 2014

Por Priscila Belmont

03/06/2017 às 08h00 • atualizado em 03/06/2017 às 03h00

Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Além de oferecer denúncia contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, pediu a abertura de um novo inquérito para apurar supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em separado.

Em relação a corrupção passiva, a PGR aponta necessidade de investigar três pontos principais: “o pagamento de propina da ordem de mais de R$ 60 milhões feito em 2014 ao parlamentar por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas por ele”, o pagamento a diversos partidos para apoiarem a candidatura à Presidência da República em 2014, e “o pagamento de dinheiro em espécie feito diretamente a Frederico Pacheco de Medeiros, primo do Senador e por este indicado para receber os valores”.

“Os colaboradores narraram que, em contrapartida a todos esses pagamentos, o Senador AÉCIO NEVES utilizou de seu mandato para beneficiar diretamente interesses do grupo, como, por exemplo, na liberação de créditos de 12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e dos créditos de 11,5 milhões de ICMS da empresa Da Grança, sediada em Uberaba e adquirida pela JBS na compra da Seara”, disse Rodrigo Janot.

“O colaborador RICARDO SAUD narra que, em contrapartida à atuação em favor da J&F, AÉCIO NEVES solicitou que a vantagem indevida fosse distribuída nos seguintes moldes: a) pagamento de 11(onze) milhões contra notas fiscais emitidas pelas seguintes empresas: R$ 2.500.000,00 a Bel Editora Editoração Publicidade e Consultoria; R$ 6.000.000,00 a Data World Pesquisa e Consultoria Ltda; R$ 2.500.000,00 a PVR Propaganda e Marketing Ltda feito diretamente, em notas emitidas contra a J&F; e b) compra de partidos políticos para que integrassem a coligação da candidatura de AÉCIO NEVES à Presidência da República”, acrescentou o Procurador-Geral da República.

Janot também diz que Aécio Neves, depois de passada a campanha eleitoral de 2014, procurou Joesley Batista pedindo recursos financeiros, e o delator teria concordado em comprar um imóvel superfaturado por R$ 17 milhões por uma pessoa indicada por Aécio, a fim de que o dinheiro chegasse ao senador afastado. “Mister, assim, a continuidade das investigações, para desvelamento completo de tais fatos”, disse Janot.

Metrópoles

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